Presidente da Câmara de Morretes é alvo de denúncias feitas por ex-diretor da Casa Legislativa
Duas denúncias contra a vereadora Luciane Costa Coelho (Podemos), presidente da Câmara de Morretes que apontam supostas infrações político-administrativas da parlamentar foram protocoladas no último dia 9, ocasião em que a presidente, alvo das denúncias, afirmou que elas não poderiam ser apreciadas naquela sessão.
“Informo que conforme estabelecido no regimento interno, nenhuma matéria pode ser posta em discussão sem que tenha sido antes dado conhecimento aos vereadores, com antecedência de 24h antes da sessão. Como foram protocoladas hoje, encaminho as presentes denúncias para a próxima sessão“, disse Luciane Coelho.
O que dizem os documentos
As denúncias foram feitas por Lucas Cristiano Gonçalves, ex-diretor-geral da Câmara, e solicitam a cassação de Luciane pela conduta dela em dois casos distintos: a condução da votação das contas de 2018 do ex-prefeito de Morretes e pai da vereadora, Osmair da Costa Coelho, e no afastamento do vereador Celso Ferreira de Souza, o Celsinho das Alface (Solidariedade), pela segunda vez (por denúncia em decorrência da foto em que o vereador aparece com um jacaré morto), após o primeiro afastamento ter sido revertido judicialmente, no caso em que ele matou uma cadela a tiros.
Segundo o ex-diretor, Luciane declarou sua suspeição no julgamento das contas do seu pai, mas não convocou o suplente para compor o quórum exigido para a votação. Além disso, a presidente deu pareceres distintos nas sessões seguintes, embora com resultados que deveriam indicar o mesmo fim, o que configuraria a infração.
Nesta votação, ocorrida em sessões extraordinárias nos dias 3, 4 e 5 de julho, o vereador Celsinho teria votado pela reprovação das contas, o que teria, conforme a segunda denúncia, provocado a decepção da presidente com o vereador, a qual teria determinado seu afastamento por vingança ao receber nova denúncia de maus tratos animais contra Celsinho, no caso em que ele aparece em uma foto com um jacaré morto.
Histórico
O ex-diretor da Câmara, Lucas Gonçalves, 25 anos, ocupou o cargo de assessor de Celsinho das Alface até o episódio da morte da cadela Pipoca, em dezembro do ano passado. Após o fato, Lucas assumiu a diretoria geral da Casa legislativa, mas ficou no posto menos de quatro meses até ser exonerado depois que sua namorada, uma jovem de 18 anos, procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica, conforme noticiou o JB Litoral, em abril deste ano.
Não vai se pronunciar
Na ocasião, a reportagem procurou a presidente da Câmara, Luciane Coelho, que preferiu não falar sobre as denúncias. “A princípio não tem o que me posicionar, até porque ainda vai ser votado o recebimento da denúncia. O denunciante é ex-assessor do vereador Celso e ex-diretor da Casa”, disse a vereadora.
Rejeitadas
Mas as denúncias não foram acatadas pelos vereadores, que votaram, por unanimidade, pelo não recebimento delas. A votação aconteceu em sessão extraordinária, realizada na última segunda-feira (14). Com isso, não foi instaurada a comissão processante que avaliaria a possibilidade de cassar o mandato da presidente.
“A Casa está sendo avacalhada e engessada“, defendeu o vereador Deimeval Borba (PSC), ao falar que a Câmara não pode parar por questões políticas internas, antes da votação.
