Ratinho Junior fala sobre o Moegão: “Investimento estratégico para a eficiência portuária e logística do Paraná”


Por Luiza Rampelotti Publicado 07/08/2023 às 14h43 Atualizado 18/02/2024 às 19h27

Uma cerimônia realizada em Paranaguá nesta segunda-feira (7) teve um marco significativo para o estado do Paraná e sua infraestrutura logística. Autoridades estaduais, federais e municipais se reuniram em frente ao Palácio Taguaré para a apresentação do projeto executivo do Moegão, um empreendimento audacioso que promete elevar a capacidade de recepção de cargas ferroviárias no Porto de Paranaguá a níveis sem precedentes. Com um investimento de R$ 592 milhões pelo Governo do Estado, o Moegão está destinado a transformar o porto parnanguara em um centro logístico de renome mundial.

O projeto consiste na criação de um sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelos, interligado aos 11 terminais que compõem o Corredor Leste de Exportação. Esse empreendimento resultará em um aumento significativo de 63% na capacidade de descarga.

A concepção e desenvolvimento do projeto foram realizados pelo Consórcio Tucumã, composto por quatro empresas, que também assumirá a responsabilidade pela sua execução. A contratação foi conduzida de forma integrada através de um processo licitatório concluído em 2022. Com previsão de início nos próximos meses, após a análise e ajustes finais no projeto, o cronograma estabelecido prevê um prazo de 20 meses para a conclusão das obras.

A iniciativa surge como resposta à crescente demanda por eficiência na movimentação de cargas e à necessidade de aprimorar a logística de exportação do estado. O governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) reiterou os objetivos estratégicos do Paraná em se tornar um centro logístico de destaque e um “supermercado do mundo”.

Ele enfatizou a importância de consolidar o estado como um polo de produção e industrialização de alimentos, visando não apenas atender às demandas internas, mas também se tornar um fornecedor global de produtos agrícolas. Ratinho Junior destacou ainda que o Moegão é peça-chave nesse esforço, ao aprimorar significativamente a infraestrutura de transporte e permitir que o Porto de Paranaguá atinja níveis mais elevados de eficiência e capacidade de movimentação.

Com o crescimento das cooperativas em 25% ao ano e o aumento da produção de grãos, carnes e celulose, Ratinho Junior destacou o papel crucial do Moegão na melhoria da capacidade de exportação, especialmente pelo modal ferroviário, garantindo que o Paraná alcance seu potencial total como líder global na produção de alimentos.

Nossa visão é tornar o Paraná a primeira escolha global quando se trata de comida – um destino incontestável associado a alimentos de qualidade. Atualmente, ocupamos uma posição proeminente como um dos maiores produtores de grãos, líder na produção de proteína animal e referência nacional na produção de celulose. Enxergamos uma oportunidade excepcional para estabelecermos nossa presença como o epicentro alimentício do Brasil, uma vez que nenhum outro estado tem a mesma capacidade de industrialização de alimentos que possuímos”, ressaltou.

Porto de Paranaguá deverá ser polo logístico da América do Sul

O diretor-presidente da Portos do Paraná, empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Fernando Garcia, enfatizou que o Moegão faz parte de um planejamento maior do estado, que busca uma integração harmoniosa entre infraestrutura, logística e desenvolvimento econômico. “É uma obra importante para que o porto se capacite para o futuro visando uma operação ferroviária adequada. O Paraná está na vanguarda por olhar ferrovias, rodovias e portos ao mesmo tempo, desenvolvendo-os de maneira integrada”, disse.

Ele também destacou que o projeto é fundamental para a capacitação futura do Porto de Paranaguá, tornando-o um polo logístico de destaque na América do Sul.

O prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (PSD), também falou sobre o investimento. Ele ressaltou o compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Roque enfatizou que o investimento de R$ 592 milhões no Moegão representará aproximadamente R$ 25 milhões em impostos para a Prefeitura, permitindo investimentos em melhorias sociais. Além disso, o prefeito destacou que a modernização das passagens de níveis e a redução das interferências ferroviárias na cidade serão solucionadas, proporcionando um ambiente mais seguro e eficiente.

O porto pela primeira vez trabalha ‘íris a íris’ com o município. Um olhando para o outro e ajudando Paranaguá, que é o mais importante”, comemorou Marcelo Roque.

Moegão em números

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, salientou a trajetória de crescimento da produção agrícola do Paraná. “Nós estamos produzindo 155 milhões de soja este ano e vamos para 186 milhões em apenas 10 safras”, disse Ortigara, enfatizando a importância de uma infraestrutura eficiente para acomodar essa expansão.

Já o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, destacou a visão estratégica por trás do Moegão. Ele delineou os planos para aumentar a capacidade de movimentação no Porto de Paranaguá, de 5 milhões para 24 milhões de toneladas, o que representaria uma mudança de 200 para 900 vagões.

O secretário ainda enfatizou o impacto positivo na circulação rodoviária, especialmente na BR-277, onde uma maior participação do modal ferroviário aliviaria o tráfego de caminhões. “Com esse projeto, estamos fazendo uma igualdade do modal ferroviário com o rodoviário”, disse Sandro Alex.

Na avaliação do diretor empresarial da Portos do Paraná, André Luiz Pioli, o aumento de produtividade se refletirá também no desenvolvimento local. “Hoje, a mobilidade urbana é muito atrapalhada pelos trens que entram em conjuntos de até cem vagões e mesmo assim precisam ser desmontados. E a cada desmonte são necessárias muitas manobras férreas. Na nova composição, os trens entram, descarregam e saem da cidade fazendo com que esse giro possa aumentar muito a produtividade do porto, o que deve gerar mais empregos e o aumento da renda da população“, afirmou.

Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, o projeto é fundamental para a capacitação futura do Porto de Paranaguá, tornando-o um polo logístico de destaque na América do SulFoto: Gilson Abreu/AEN

Detalhes do Projeto Moegão

Aumento da Capacidade de Movimentação: O Moegão almeja um salto significativo na capacidade de recepção de cargas ferroviárias no Porto de Paranaguá. Atualmente, o cais movimenta cerca de 5 milhões de toneladas, e o Moegão está projetado para elevar esse número para 24 milhões de toneladas. Isso representaria um aumento substancial na movimentação de cargas.

Expansão da Infraestrutura Ferroviária: Com o Moegão, a capacidade de recepção de vagões será aumentada de 200 para 900 por dia. Isso permitiria um fluxo mais eficiente e rápido de carga ferroviária, reduzindo os gargalos logísticos e melhorando a eficiência operacional.

Redução de Interferências Urbanas: Uma das preocupações abordadas pelo projeto é a redução das interferências entre as vias urbanas e as linhas férreas. Atualmente, são registradas cerca de 16 interferências por dia, o que causa transtornos no trânsito e riscos de acidentes. Com o Moegão, esse número seria reduzido para apenas 5 interferências.

Impacto Ambiental: Além dos benefícios econômicos, o Moegão também contribui para a sustentabilidade ambiental. Ao aumentar a eficiência na movimentação de cargas, o projeto visa reduzir as emissões de gases e melhorar a pegada ambiental do transporte de mercadorias.

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