Sem mortes, Guaratuba se destaca no combate à dengue no litoral


Por Publicado 24/08/2021 às 14h12 Atualizado 16/02/2024 às 11h05

O ano epidemiológico da dengue 2020/2021, que é calculado de agosto a julho, trouxe boas notícias para a segunda maior cidade do litoral: Guaratuba teve apenas 289 casos de contaminação, número muito inferior a Antonina (358), Morretes (503) e Paranaguá (2.907), segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA).

No litoral todo, foram computados 4.209 infectados no ano, ou seja, entre as sete cidades, Guaratuba representou 6% de todos os contaminados na região. O índice, se dividido por dias, demonstra que houve menos de uma infecção por dia e que, a cada 100 pessoas que testaram positivo para dengue no litoral, apenas seis foram de Guaratuba. Outro número relevante, principalmente em um período de instabilidade sanitária devido às irregularidades da nova onda de Covid-19, é que não houve nenhuma morte por dengue no município. O número contrasta com os dados estaduais, que apontam para 32 óbitos; destes, cinco foram entre cidades da 1ª Regional de Saúde.

A situação de combate ao mosquito Aedes aegypti é vista como prioridade na saúde e tem sido efetiva mesmo nos períodos de menor incidência do mosquito. Além disso, segundo a prefeitura, há todo um trabalho técnico e de fiscalização, com o objetivo de diminuir os possíveis criadouros para que não sejam necessários cuidados pós-infestação. “O programa municipal de combate à dengue vem há vários anos atuando em ações de combate e prevenção. Nossa equipe de Agente de Endemias trabalha tanto no levantamento de índices preconizado pelo Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), quanto na instalação de armadilhas que cobrem toda cidade, nos permitindo uma avaliação qualitativa e quantitativa das várias localidades do município, atuando com ações concentradas naquelas que apresentam os maiores índices”, explica o secretário de saúde Gabriel Modesto, que também ressalta agilidade no trabalho de combate de possíveis casos. “Temos um laboratório próprio dando agilidade na identificação do mosquito Aedes, o que nos permite realizar ações de bloqueio no raio de 300 metros nos focos positivos e na presença de doentes. Nossos serviços de saúde atuam de forma integrada, Atenção Básica, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária, atuando na identificação, notificação e ações de combate. Temos também uma parceria intensa com a Secretaria da Educação, atuando com os alunos em ações de conscientização”, comenta Gabriel.

Guaratuba tem casos zerados no mês

Apesar de ter tido momentos graves no ano passado, Guaratuba conseguiu passar 12 meses sem registrar nenhuma morte da doença. Foto: Agência Senado

Com a chegada de um novo ano epidemiológico, datado de 2021/2022, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) já divulgou os novos dados de contaminados e somou por enquanto 201 infectados. Guaratuba aparece sem nenhum caso confirmado e não há nenhuma investigação de possíveis doentes. Tal número já confirma as expectativas da gestão municipal, que quer ter ainda menos casos no atual período do que os relatados no ofício anual anterior. O secretário de Saúde Gabriel Modesto acredita que é possível manter a cidade sem mortes por dengue com o apoio de todos. “Vale destacar o papel da Comitê Municipal de Combate às Arboviroses, que construiu uma união extremamente positiva entre as Secretarias de Obras, Urbanismo, Meio Ambiente, Educação, Bem-Estar, Administração, Procuradoria, todas auxiliando nas ações de combate à dengue”, comenta.

Para o diretor geral da Vigilância Sanitária, Hermínio Molinari, o trabalho e união conseguiram fazer a diferença nos últimos anos. “Temos um trabalho bastante interessante na dengue. As armadilhas são importantes porque nos dão uma resposta qualitativa do mosquito, ou seja, se tem ou não tem. E o levantamento de índice nos dá uma resposta quantitativa, nos informando qual o índice de infestação predial. Atualmente, estamos com índice de 0,6%, sendo que o aceitável é de 1%. Estamos hoje com 16 agentes na equipe de endemia, temos laboratório próprio, equipe treinada para identificar larvas, coordenador de campo e técnico, entre diversas outras formas de combater a doença”, ressaltou.

Ele informou ainda que a estrutura de combate ao mosquito conta com 173 armadilhas distribuídas em toda área urbana do município, que está dividido em 28 localidades. “Os agentes de endemias fazem visitas domiciliares e também realizam orientações para a prevenção”, ressalta Molinari.

O diretor geral destaca ainda a relação entre as diversas pastas da gestão que, segundo ele, facilita o atendimento, informação e prevenção de casos. “[Manter os casos baixos] só será possível se todos trabalharem juntos. O órgão público, a vigilância sanitária, a prefeitura e, principalmente, a população”, conclui.