Correx entra na reta final da manutenção e conta com aval do setor produtivo


Por Redação JB Litoral Publicado 11/01/2021 às 01h08 Atualizado 15/02/2024 às 18h26

Por Magaléa Mazziotti

A safra paranaense de soja, estimada em 20,4 milhões de toneladas e prevista para ser colhida a partir do dia 15 de fevereiro, por conta do atraso no plantio devido à estiagem, vai usufruir de mais um ganho de eficiência no escoamento da produção via Porto de Paranaguá.

A aposta é do setor produtivo que reconhece a evolução da melhoria dos serviços portuários e a consequente redução de tempo no embarque dos navios nos últimos anos. Tanto que a meta de movimentação de cargas prevista pelo PDZ (Plano de Desenvolvimento e Zoneamento Portuário) para 2030, de 80 milhões de toneladas, já é dada como certa e avança na direção de ser superada. Isso porque em 2020, o Porto de Paranaguá chegou ao recorde de 56,4 milhões de toneladas (mais 938 mil toneladas registradas pelo Porto de Antonina).

“Se todas as ações forem confirmadas, a movimentação de cargas de importação e exportação podem chegar a 60 milhões de toneladas neste ano, para 2030, chegar a 80 milhões de toneladas entre importação e exportação”, informa Nelson Costa, o superintendente da Fecoopar (Federação das Cooperativas do Paraná que integra o Sistema Ocepar). A Fecoopar participa do G7, grupo que reúne sete federações do setor produtivo do Paraná – com o objetivo de alinhar forças em áreas estratégicas para o desenvolvimento do Paraná. “Não tivemos problemas em 2020 e a tendência é melhorar a eficiência do Porto graças ao alinhamento dos interesses da Portos do Paraná, Governo do Estado e todo o setor produtivo que acompanha mensalmente via G7”, explica.

Além da Fecoopar, estão incluídas no G7 a Fecomércio-PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), a Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná), a Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) e ACP (Associação Comercial do Paraná).

Berços 214 e 213 encerram cronograma de manutenção

De acordo com a Portos do Paraná, as obras de manutenção no Correx (Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá) já concluíram as manutenções preventivas de cinco subestações, manutenção mecânica e lubrificação das transportadoras e dos carregadores de navios dos berços 212 e, até o dia 15, devem terminar as do berço 214.

Na sequência, serão realizados os trabalhos no berço 213, onde estão programados a manutenção mecânica, lubrificação das transportadoras e carregadores de navios e substituição e reparo de 34 dutos de transferência. A ideia é que tudo fique pronto até fevereiro. Vale destacar que, apesar da redução na movimentação de cargas no Correx entre dezembro e fevereiro, a qual faz parte da rotina, a operação não parou, principalmente, com os embarques de farelo de soja e milho.

Na avaliação de Andre Maragliano, gerente do Terminal Portuário da Cargill e diretor da ATEXP (Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá), o otimismo impera para quem está operando no Porto de Paranaguá.

“Em 2020, a Cargill exportou 4,8 milhões de toneladas de grãos, via Paranaguá. Para este ano, acreditamos que será possível seguir crescendo, e estimamos exportar mais de 5 milhões de toneladas, sendo que 50% será embarcada em terminal próprio e o restante em terminais de terceiros”, antecipa.

andré cargill
Andre Maragliano, gerente do Terminal Portuário da Cargill e diretor da ATEXP, destaca que investimentos e melhorias constantes são o principal trunfo para competitividade do Porto de Paranaguá

A Cargill considera positiva as constantes obras e melhorias no Porto de Paranaguá, em especial a recente manutenção do calado. “Acreditamos que tais medidas são necessárias para manter e aumentar a competitividade do porto, nos permitindo reduzir custos nas operações locais e, assim, recuperar e até atrair mais cargas”.  

Como também diretor da ATEXP, Maragliano informa que se “em 2020, o corredor de exportação de Paranaguá escoou pouco mais de 20 milhões de toneladas, em 2021, a estimativa é que esse corredor seja responsável por 21 milhões de toneladas”.

Para Nelson Costa, superintendente da Fecoopar, as ações de manutenção, bem como toda a continuidade nos investimentos, vêm atendendo adequadamente e em uma trajetória ascendente o setor industrial e agropecuário do Paraná. “Há uma evolução notória, pois existe um fluxo, o que reduz os desperdícios históricos, tanto que não se fala mais em diárias extras para caminhoneiros, que deixaram de acontecer”, reconhece.

Além disso, gradativamente, o tempo de embarque dos navios vai diminuindo e reduzindo a demurrage (custo de estadia não contratada). “Todo o conjunto de ações orquestradas da negociação do pedágio ao projeto do Moegão (de construção de uma moega para a descarga exclusiva da carga dos trens), passando pela manutenção do Correx se somam a esse ganho de eficiência que planejamos. A repotencialização dos equipamentos do Porto, por exemplo, aumenta a velocidade do carregamento de um navio, daí a importância desse trabalho em conjunto com outras articulações que visam o melhor desempenho e ganhos para toda a economia paranaense”.