Delegado desmente áudios de suposto toque de recolher em Paranaguá


Por Publicado 02/12/2021 às 18h03 Atualizado 16/02/2024 às 20h46
Delegado Diniz desmente veracidade das informações em entrevista exclusiva. Foto: Diogo Monteiro/ JB Litoral.

Vem repercutindo em Paranaguá pelo menos dois áudios em que pessoas afirmam que a partir das 19h de hoje (2) a cidade está sob toque de recolher devido a “guerra de facções”. Uma das mensagens chega a dizer que quem estiver nas ruas “vai morrer”.

Com a propagação entre os moradores, o delegado da Polícia Civil, Nilson Diniz, em conversa com a reportagem, desmentiu os boatos e afirmou que não há nenhum risco de algo parecido acontecer.

Em uma das gravações que o JB Litoral teve acesso, um homem não identificado diz que a violência se propagará durante a noite. “Deixa eu te falar uma parada. A partir das 19h vai ter um toque de recolher. Avisa o pessoal da Alexandra para não ficar na rua depois das 19h. Vai ter guerra de facção em Paranaguá. Se tiver inocente na rua vai morrer“, diz a voz, sem revelar para quem está enviando a mensagem.

Em outro desses áudios, que tem como receptor alguém chamado de “Rodrigão“, novamente voz masculina diz para tomar cuidado com a cidade no período noturno. “E aí, Rodrigão, beleza? Se você tiver parente em Paranaguá que trabalha a noite, hoje a partir das 19h tem toque de recolher na cidade. É guerra de facção”, informa.

Ouça os áudios:

Delegado esclarece que toque de recolher é fake

Em contato com a reportagem, o delegado da Polícia Civil Nilson Diniz, informou que não há veracidade nas informações. “Em relação aos áudios que estão sendo replicados em grupos de WhatsApp não há indício que venha conferir qualquer tipo de credibilidade ao que vem sido replicado. As polícias Civil e Militar estão monitorando as atividades desses grupos de criminosos que hoje vem sendo os responsáveis pelo cometimento dos homicídios e já temos também nossas unidades especializadas de prontidão para uma eventual necessidade de fazer uma intervenção imediata, então não há qualquer tipo de motivo para se desesperar nesse momento“, diz.

O delegado também informa que a cidade vem passando por problemas na segurança pública nos últimos dias, mas que as forças de segurança tem atuado no que podem. “Obviamente a situação demanda uma atenção, um foco dos órgãos de segurança pública e isso vem sendo feito. A Polícia Civil está trabalhando dia e noite para apurar a autoria dos homicídios ocorridos nesta semana. As investigações estão adiantadas e obviamente os detalhes não podem ser fornecidos porque eventual divulgação vai comprometer o sucesso dessas investigações. Mas o que a população precisa saber é que a segurança pública do nosso município, sempre deu conta de qualquer demanda que ocorre na nossa cidade e não vai ser diferente nesse momento”, garante.

Diniz ressalta que a não é a 1ª vez que a cidade sofre de insegurança e que a atuação dos agentes foi fundamental para que tudo voltasse a normalidade. “Já passamos por momentos de intranquilidade semelhante. A nossa intervenção foi fundamental para restituir a sensação de paz e sossego. E isso vai ser feito novamente. A polícia vem contando hoje com o auxílio de uma força-tarefa formada por investigadores do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e também do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) que estão permanentemente nesta unidade de Polícia Judiciária auxiliando na apuração de homicídios e trabalhando com inteligência policial. Então, temos certeza que vamos trabalhar bastante para ter um final de ano tranquilo“, explica um dos principais nomes da área de segurança do litoral.

O delegado conclui deixando uma mensagem de tranquilidade para a população. “Não se preocupem com estes áudios porque o teor dessas comunicações não foram confirmados por qualquer agência de inteligência da Polícia Militar e nem da Polícia Civil”, finaliza.

Na última semana o JB Litoral vem acompanhando o aumento da criminalidade na maior cidade da região. Ontem (1) o prefeito Marcelo Roque (PODEMOS) chegou a criticar o Governo do Paraná pela falta de auxílio nas questões que envolvem envio de efetivo. Para ler a reportagem, clique aqui.

O JB Litoral trará na próxima edição de segunda-feira (06), uma reportagem especial sobre tais problemas no município, trazendo a estrutura do Governo do Paraná e a municipal e a posição das autoridades estaduais sobre a crise de violência que Paranaguá vem enfrentando. Até o momento foram registrados 79 homicídios desde o início do ano no município.