Postos começam a reajustar combustível mesmo sem aumento anunciado pela Petrobras; sindicato culpa distribuidoras


Por Flávia Barros Publicado 12/10/2022 às 17h07 Atualizado 17/02/2024 às 19h14

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nessa terça-feira (11), os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de setembro. O resultado foi uma deflação de 0,29%, a terceira consecutiva puxada pela queda do preço dos combustíveis. Mas, apesar da desaceleração da inflação no ano, no acumulado em 12 meses (7,17%) o IPCA ainda segue acima da meta estabelecida, que é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — variando entre 2% e 5%.

Com um recuo de 1,98%, o grupo de transportes, influenciado diretamente pelos preços dos combustíveis, foi o que apresentou a maior variação entre os nove analisados.

Assim como nos meses anteriores, o resultado é consequência da redução no preço dos combustíveis (-8,50%). A gasolina (-8,33%) contribuiu com o impacto negativo mais intenso no índice de setembro (-0,42 p.p. [ponto percentual]). Os outros três combustíveis pesquisados também apresentaram queda: etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%) e gás veicular (-0,23%)“, detalhou o relatório do IBGE.

AUMENTO

Entretanto, o que era para ser uma boa notícia, vem se refletindo em uma realidade com a volta do aumento de preços nas bombas de combustíveis que já começou a ser percebido ainda nessa terça e continuou nesta quarta-feira (12).

Em um posto visitado pela reportagem do JB Litoral, nesta quarta, no Parque São João, em Paranaguá, a informação apurada foi a de que o Diesel aumentou R$ 0,40 ontem e seria reajustado em mais R$ 0,20 ainda nesta quarta.

REVENDEDORES CULPAM DISTRIBUIDORAS

O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro) se posicionou por meio de nota, no final da tarde dessa terça (11). A entidade afirma que apenas repassa os valores.

O Paranapetro informa que, apesar de não ter ocorrido anúncio de aumento de preços por parte da Petrobras, as distribuidoras de combustíveis estão repassando aos postos aumentos significativos na gasolina, etanol e diesel. Estes aumentos são justificados pelas distribuidoras por fatores de mercado como a paridade internacional nos combustíveis importados, elevação do etanol por parte das usinas de cana-de-açúcar e o maior custo logístico e de armazenagem decorrente de manutenção na Refinaria Getúlio Vargas (Araucária)”, disse a nota.

O JB Litoral procurou o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes – Sindicom, que respondeu nesta quinta-feira (13). Segundo a entidade que representa as empresas, o sindicato não se manifesta sobre questões comerciais.