Postos começam a reajustar combustível mesmo sem aumento anunciado pela Petrobras; sindicato culpa distribuidoras
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nessa terça-feira (11), os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de setembro. O resultado foi uma deflação de 0,29%, a terceira consecutiva puxada pela queda do preço dos combustíveis. Mas, apesar da desaceleração da inflação no ano, no acumulado em 12 meses (7,17%) o IPCA ainda segue acima da meta estabelecida, que é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — variando entre 2% e 5%.
Com um recuo de 1,98%, o grupo de transportes, influenciado diretamente pelos preços dos combustíveis, foi o que apresentou a maior variação entre os nove analisados.
“Assim como nos meses anteriores, o resultado é consequência da redução no preço dos combustíveis (-8,50%). A gasolina (-8,33%) contribuiu com o impacto negativo mais intenso no índice de setembro (-0,42 p.p. [ponto percentual]). Os outros três combustíveis pesquisados também apresentaram queda: etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%) e gás veicular (-0,23%)“, detalhou o relatório do IBGE.
AUMENTO
Entretanto, o que era para ser uma boa notícia, vem se refletindo em uma realidade com a volta do aumento de preços nas bombas de combustíveis que já começou a ser percebido ainda nessa terça e continuou nesta quarta-feira (12).
Em um posto visitado pela reportagem do JB Litoral, nesta quarta, no Parque São João, em Paranaguá, a informação apurada foi a de que o Diesel aumentou R$ 0,40 ontem e seria reajustado em mais R$ 0,20 ainda nesta quarta.
REVENDEDORES CULPAM DISTRIBUIDORAS
O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro) se posicionou por meio de nota, no final da tarde dessa terça (11). A entidade afirma que apenas repassa os valores.
“O Paranapetro informa que, apesar de não ter ocorrido anúncio de aumento de preços por parte da Petrobras, as distribuidoras de combustíveis estão repassando aos postos aumentos significativos na gasolina, etanol e diesel. Estes aumentos são justificados pelas distribuidoras por fatores de mercado como a paridade internacional nos combustíveis importados, elevação do etanol por parte das usinas de cana-de-açúcar e o maior custo logístico e de armazenagem decorrente de manutenção na Refinaria Getúlio Vargas (Araucária)”, disse a nota.
O JB Litoral procurou o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes – Sindicom, que respondeu nesta quinta-feira (13). Segundo a entidade que representa as empresas, o sindicato não se manifesta sobre questões comerciais.