Edital do projeto de construção do Moegão deve ser publicado na segunda


Por Redação Publicado 10/12/2021 às 17h19 Atualizado 16/02/2024 às 21h16

O Porto de Paranaguá começa a preparar sua estrutura para absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, já tendo em vista o projeto da Nova Ferroeste. O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) lançou na última quinta-feira (9), em Paranaguá o edital de licitação do projeto Cais Leste, também chamado de Moegão, que vai receber investimento de R$ 500 milhões. O lançamento ocorreu durante a solenidade de inauguração do novo terminal portuário da Coamo.

Em março o JB Litoral já havia divulgado todos os detalhes da obra que promete revolucionar os trabalhos portuários. Para ler, clique aqui.

O edital deve ser publicado na segunda-feira (13) no Diário Oficial do Estado, e assim que cumpridas todas as etapas do processo de licitação, a obra será iniciada, com prazo de entrega de 180 dias. O governador afirmou que a construção do Moegão traz mais eficiência logística e melhora a competitividade do Estado. “É o maior projeto de infraestrutura do Paraná, que além de melhorar a mobilidade em Paranaguá, aumenta a capacidade de carga do porto, com a ampliação significativa de carga e descarga de trens”, disse.

O projeto prevê a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas (destinadas ao depósito de grãos). A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva, mas também serão reestruturados os acessos dos terminais da parte Leste do Porto, otimizando a capacidade de recepção de cargas também pelo modal rodoviário.

Em entrevista ao JB Litoral, o diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, se empolgou ao citar as obras. “Nós teremos a condição de centralizar vários terminais em um único ponto de descarga, ou seja, além de agregarmos a capacidade, melhoramos essa logística de operação”, define. Além disso, Luiz Fernando vê uma perspectiva social na construção do Moegão. “Tem um segundo efeito, que também é importante, que é a diminuição do conflito porto cidade. Porque essas composições ferroviárias são ‘quebradas’ para manobrar em cada um desses terminais, interditam vias, causando transtorno na espera, que por vezes nos trava 15 minutos, até uma hora”, comentou.

Com área de 595 mil metros quadrados, as três linhas que compõem o projeto terão capacidade de carregar até 2 mil toneladas de grãos e farelo por hora. Elas ficarão interligadas aos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação.

Com isso, a previsão é ampliar dos atuais 550 vagões, que descarregam diariamente no Corredor Leste, para cerca de 900 por dia — quase 300 em cada uma das três linhas. Atualmente, 14,9% das cargas chegam ao porto pela ferrovia, mas a previsão é equalizar essa logística, com 50% dos carregamentos vindos pelos trens e a outra metade por caminhões.

O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, afirmou que este será o maior investimento em infraestrutura do Governo do Estado. “É uma obra grandiosa, um investimento de meio bilhão de reais que permite otimizar o desembarque de cargas, não só do modal ferroviário como também o rodoviário, ampliando a capacidade em 24 milhões de toneladas”, disse.

O Moegão vai também reduzir os custos e as emissões de CO2 nas operações. Além disso, está prevista, ainda, a redução de cruzamentos entre as vias urbanas de Paranaguá com os trilhos da ferrovia, passando de 16 para cinco interseções na cidade.

Essa estrutura vai reduzir o gargalo viário e o trânsito de caminhões no município, com a retirada das passagens de nível, principalmente na Rua Roque Vernalha, que é a maior da cidade”, destacou o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (PODEMOS).