Editorial: Ideologia política, obsoleta por caráter


Por Publicado 06/04/2020 às 13h12 Atualizado 15/02/2024 às 09h18

Durou um mês o prazo para que vereadores do país trocassem de partido visando as eleições deste ano, ou seja, que jogassem no lixo qualquer resquício da obsoleta ideologia política, intrinsicamente alinhada com o caráter político-social das pessoas, pretendendo tão somente seus projetos pessoais na vida pública.

O próprio Tribunal Superior Eleitoral, devidamente acordado com o Congresso Nacional, deu legalidade para algo que, no passado, jamais se precisou de lei, apenas do fio do bigode: a ideologia.

Desde então, paladinos, espertalhões, gente do bem e do mal, se valem da oportunidade ímpar de analisar o que melhor lhe convém para decidirem com que sigla, desta vez, estarão com nome e número nas urnas.

Em todo o país o caráter ideológico dos políticos, mais uma vez, foi testado e, os poucos que possuem, ignoraram a janela partidária, mantendo a filosofia de partido, pela qual se tornaram representantes do povo.

Outros, porém, espertalhões e cientistas políticos, deixaram para os últimos minutos a decisão para qual partido iriam, depois que o leiloeiro mor de seu destino oferecesse a melhor e mais promissora oferta, durante a campanha e pós-resultado das urnas.

Entender essa vergonha nacional, dessa forma, pode ser antiquado, desde que valores morais e preceitos tenham virado coisa de museu.

E como há coisas ruins, que podem se tornar ainda pior, enquanto vereadores têm uma única oportunidade a cada eleição, prefeitos, governadores e presidentes procuram usar dessa ferramenta a hora que bem entender, basta se eleger por uma sigla e depois jogá-la fora.

Daqui para a frente, prevalecerá o que for melhor, mas não ao povo.