Para além das medalhas: O espírito vencedor dos atletas paralímpicos que enchem Paranaguá de orgulho
Em sua edição especial em homenagem aos 375 anos de Paranaguá, o JB Litoral destaca a trajetória inspiradora de quatro atletas paralímpicos que vêm colocando o nome do município no mapa das grandes conquistas esportivas. Vinícius Cabral, Victor Hugo Taborda, Lucas Michel Alves de Lima e Jean Carlos de Almeida Dias são exemplos de superação e dedicação, mostrando que o esporte é um poderoso veículo para vencer barreiras e alcançar sonhos.
Vinícius Cabral: Além da velocidade, a determinação que supera limites
Aos 21 anos, Vinícius Cabral é um nome conhecido no mundo das provas no paratletismo, mais especificamente nos 100 metros rasos. A carreira do atleta é repleta de vitórias e conquistas admiráveis. Ele é hepta campeão brasileiro, recordista brasileiro e também se consagrou como campeão mundial em 2019, na Suíça, no Campeonato Mundial de Jovens de Paratletismo.
O amor pelo esporte começou cedo na vida de Vinícius, que desde pequeno já praticava diversos esportes, especialmente o futebol. Em 2015, com apenas 16 anos, ele encontrou na modalidade a oportunidade de transformar sua paixão em uma promissora carreira profissional.
O jovem tem paralisia cerebral, o que torna sua jornada ainda mais notável. A deficiência afeta sua coordenação motora e parte superior do corpo. No entanto, ele nunca deixou que isso o impedisse de buscar seus sonhos e, com o apoio incondicional dos pais, seguiu firme em sua jornada.
“O esporte sempre foi minha paixão desde pequeno“, compartilha com entusiasmo. “Ser hepta campeão brasileiro é uma honra e um resultado de muito esforço e dedicação“, afirma com orgulho.
Além de seu brilhante desempenho nas pistas, Vinícius também é um estudante dedicado. Atualmente cursando bacharelado em Educação Física na faculdade, ele está prestes a alcançar mais uma importante conquista acadêmica.
“Quero ser uma inspiração para outros atletas com deficiência, mostrando que é possível superar obstáculos e alcançar grandes conquistas“, afirma o paratleta com esperança, deixando claro que sua trajetória é apenas o começo de um futuro promissor.
Victor Hugo Taborda: A força da persistência e competitividade
A história de Victor Hugo Taborda, de apenas 17 anos, é uma lição de coragem e determinação. Ele perdeu a perna aos 10 anos, por complicações após a aplicação de uma vacina de forma errada. Iniciando sua carreira no vôlei sentado no final de 2020, o adolescente encontrou na quadra uma nova paixão depois de passar pela amputação, que o fez abandonar o sonho de ser jogador de futebol.
Desde o início em sua nova jornada esportiva, Victor tem colecionado grandes conquistas. Ele é campeão brasileiro sub-20, campeão nos Jogos Parapan-Americanos e obteve o terceiro lugar tanto nos Jogos Abertos Paradesportivos quanto no campeonato paranaense. Além disso, ele também foi reconhecido como o melhor atacante no Parapan-Americano.
Mas o adolescente não deseja ser apenas um atleta de sucesso. Ele também é uma fonte de inspiração para outras crianças na Associação de Voleibol de Paranaguá (AVPL), mostrando que é possível superar dificuldades e alcançar êxito no esporte.
“Não é só porque aconteceu algum acidente que tornou a pessoa deficiente, ou então que ela nasceu com a deficiência, que ela vai parar. Tem que continuar, erguer a cabeça e tentar dar o melhor, ser o melhor no esporte“, ressalta Victor sobre a importância de superar as dificuldades e continuar buscando o sucesso.
Ele também tem o apoio do bolsa-atleta, programa do Poder Municipal, que afirma que tem sido fundamental. Essa assistência financeira oferece incentivos que auxiliam nos treinamentos e na aquisição de equipamentos esportivos, possibilitando que ele siga em frente em sua jornada de vitórias.
“O bolsa-atleta é um incentivo a mais, né? Tipo, pagar gasolina para trazer ao treino e conseguir comprar equipamentos como a bola de vôlei e a rede“, enfatiza Victor sobre a importância da bolsa em sua trajetória esportiva.
Lucas Michel: Coragem e paixão na superação de desafios
Aos 27 anos de idade, Lucas Michel Alves de Lima enfrenta desafios desde a infância devido a sua condição de saúde, mas encontrou no esporte paralímpico uma nova paixão e superou as dificuldades. Diagnosticado com paralisia cerebral, hemiparesia do lado esquerdo e síndrome do lado esquerdo com apenas 8 meses de idade, ele passou por tratamentos e enfrentou convulsões e sequelas durante sua infância.
Aos 4 anos de idade, Lucas deu seus primeiros passos e começou a falar. Aos 6 anos, já frequentava uma escola regular. Mas foi em 2014 que sua vida tomou um novo rumo quando iniciou sua jornada no voleibol sentado. Entretanto, sua professora Shirley Marodim Marques percebeu seu potencial como corredor paraolímpico e, desde então, o jovem conquistou diversas medalhas no paratletismo, alcançando seu objetivo.
“Desde pequeno enfrentei muitos desafios devido à minha condição de saúde, mas encontrei no esporte paralímpico uma forma de superá-los“, revela Lucas, lembrando sua jornada de superação. “Quando a professora Shirley disse que eu tinha potencial para ser um corredor paraolímpico, decidi me dedicar ao paratletismo e nunca olhei para trás“, completa.
Ele coleciona mais de 50 medalhas no esporte, incluindo nos Jogos Abertos do Paraná, e se tornou uma inspiração para outras crianças na Associação de Voleibol Paralímpico do Litoral (AVPL). Além de ser atleta, ele também trabalha. “Aos 27 anos tive a primeira oportunidade de emprego, na empresa Oliveira Reparo. Quero agradecer o apoio de todos os meus companheiros que estão no dia a dia comigo”, diz.
Lucas também recebe a bolsa-atleta há 3 anos e destaca a importância desse apoio para continuar representando o município nas competições. “A vida é aprendizado, vivendo e aprendendo, só basta ter vontade, coragem e força, tudo é possível. Para aqueles que enfrentam alguma deficiência, quero dizer que as associações estão de portas abertas para vocês, assim como estiveram para mim”, encoraja Lucas, incentivando outros a se envolverem no esporte paralímpico.
Jean Carlos: Resiliência e superação, a força que inspira
Jean Carlos de Almeida Dias, de 42 anos, é um atleta paralímpico da Associação Paralímpica de Paranaguá (APP), cuja trajetória é marcada por determinação e resiliência. Em 2013 ele sofreu um grave acidente de trabalho que o fez perder os dois braços, enfrentando uma nova realidade. Passou três anos se reabilitando com o apoio da família e de um terapeuta, até que o esporte entrou em sua vida e tudo mudou.
Jean começou com caminhadas no Aeroparque e logo se arriscou em corridas, até que conheceu a APP e a técnica Silmara França. Desde então, ele coleciona vitórias e conquistou medalhas em várias corridas, como nos Jogos Abertos do Paraná e no Meeting Paralímpico Loterias Caixa.
“Meu primeiro campeonato foi nos Jogos Abertos do Paraná, onde bati o recorde nos 400 e 1.500 metros, conquistando o ouro em ambas as provas“, diz Jean com orgulho de suas conquistas no atletismo.
Ele destaca a importância da APP e da técnica Silmara, que o ajudaram a superar os obstáculos. Também fala sobre como o esporte mudou a sua vida.
“O esporte me ajudou em várias partes da minha vida, principalmente na autoestima. Vou me reinventando dia após dia, e percebi que dá para correr de igual para igual com qualquer um, basta ter vontade e acreditar”, afirma. “Foi Deus que me ajudou a superar vários obstáculos, e a melhor adaptação que ele me fez está na minha cabeça”, acrescenta.
Jean é a prova viva de que é possível superar desafios com coragem, perseverança e força de vontade, e ele continua se reinventando e aprendendo coisas novas em sua busca por mais vitórias.
Pontal do Paraná recebe edição de 70 anos dos Jogos Escolares do Paraná, com estreia histórica de atleta indígena
*Com informações da Assessoria de Imprensa Até quarta-feira (8), Pontal do Paraná é o ponto central dos esportes no Litoral,…
*Com informações da Assessoria de Imprensa Até quarta-feira (8), Pontal do Paraná é o ponto central dos esportes no Litoral,…
