CELULOSE NO PORTO: Klabin reúne trabalhadores, operadores e anuncia movimentação de 1,1 milhão


Por Redação JB Litoral Publicado 28/04/2016 às 08h00 Atualizado 14/02/2024 às 13h13

Antiga reivindicação dos trabalhadores portuários avulsos (tpas) que é o investimento do resgate da carga geral na faixa portuária encontrou eco na maior produtora de papéis do país, a Klabin anunciou na semana passada, uma movimentação de 1,1 milhão de toneladas nos próximos seis anos em Paranaguá. 

O anúncio ocorreu na terça-feira (19) nas dependências do Camboa Hotel para um público formado por operadores portuários, cooperados e trabalhadores portuários avulsos (tpas).

Entre os presentes estavam representantes da empresa Rocha e da JSL, o presidente do Sindicado dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná, João Lozano e o secretário Everson Fernando Leite de Farias, do Sindicato dos Arrumadores de Paranaguá, João Claudio Marques, da Cooperativa de Transportes de Cargas e Anexos (Coopanexos), Rodrigo dos Santos e do Sindicato dos Conferentes dos Portos do Paraná, Carlos Antonio Tortato. O secretário da Secretaria Extraordinária de Assuntos Portuários, Ted Miranda, que estava acompanhado do diretor da pasta, Marcos Velha, representou o prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB).

Com 117 anos de atuação no país, a empresa apresentou um vídeo do manuseio e movimentação de celulose de sua fábrica Puma, localizada na cidade de Ortigueira, distante 441 quilômetros da nova Unidade de Logística de Papel e Celulose da Klabin na cidade, via ferrovia.

O novo empreendimento integra o planejamento da Unidade Puma, permitindo a utilização dos modais ferroviário e rodoviário, onde será possível escoar volumes maiores da produção para exportação, reforçando a operação logística já existente.

De acordo com a empresa, a estimativa é de movimentar nos próximos seis anos cerca de 90 mil toneladas ao mês, cerca de 1,1 milhão de toneladas de celulose por ano, para apenas um único cliente, a líder mundial na produção de celulose de eucalipto, Fibria, que possui capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose.

Contrato Fibria e a Klabin

O contrato firmado entre as duas empresas é para fornecimento de celulose de eucalipto (fibra curta), que será produzida na fábrica Puma de Ortigueira, com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas, sendo 1,1 milhão de celulose de fibra curta. A fábrica iniciará sua operação neste ano, assim como a unidade local.

O contrato entre as duas empresas estabelece o compromisso firme de aquisição pela Fibria, ou por suas subsidiárias, do volume mínimo de 900 mil toneladas anuais de celulose de fibra curta, que será vendido com exclusividade pela Fibria em países fora da América do Sul. O período do contrato é de seis anos e poderá ser renovado mediante acordo das partes.

Sindicalistas e cooperados satisfeitos

Para os dirigentes sindicais envolvidos na operação portuária com a Klabin, retorno da carga geral foi vista com bons olhos, principalmente pelo Sindicato da Estiva, que já tem conhecimento de como trabalhar com o produto na faixa portuária.

De acordo com o presidente da Estiva e da Intersindical de Paranaguá, João Lozano, a vinda deste grande volume de carga é motivo de comemoração para todos os tpas que vivem um momento de escassez de trabalho nos últimos anos. O presidente destacou ainda a boa parceria com o Rocha e ressaltou os novos empregos que a Klabin está trazendo através da celulose.

Da mesma forma, o secretário Everson Farias vê essa oportunidade de trabalho como uma expectativa muito grande, por ter plena confiança que dará certo, em razão dos tpas serem profissionais aptos para atender a demanda da Klabin. Ele destacou o fato do sindicato estar acompanhando a operação em Vitória do Espírito Santo e vê como extremamente positiva a parceria com o Rocha neste trabalho com a Klabin. “Esses navios que vão operar na cidade, que são os da Gearbulk, a maioria já operamos por mais de 20 anos, na época da Estinave, PFT e até o próprio Rocha trabalhou em meados do ano 2000. Somos conhecedores, os trabalhadores já conhecem o tipo de navio e o tipo de mercadoria que vamos trabalhar”, disse o secretário.

Por sua vez, para o presidente da Coopanexos, Rodrigo dos Santos, vê a chegada da Klabin da melhor maneira possível, pois acontece num momento de diminuição na condição das importações e da própria exportação. “O cenário é totalmente contrário do que a gente discutiu, hoje, aqui, onde a estimativa é da geração de novos empregos”, disse o presidente.