Prefeitos criticam cobranças ambientais e falam em infraestrutura coletiva durante reunião


Por Publicado 28/09/2021 às 17h37 Atualizado 16/02/2024 às 14h40

Realizada na tarde de hoje (28), uma reunião da Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (AMLIPA), que teve transmissão on line pelas redes sociais contou com a presença de seis dos sete gestores da região: Marcelo Roque (PODEMOS) de Paranaguá, José Paulo Vieira Azim (PSD) de Antonina, Lilian Ramos Narloch (PSC) de Guaraqueçaba, Rudão Gimenes (MDB) de Pontal do Paraná, Roberto Justus (DEM) de Guaratuba e José Carlos do Espírito Santo (PODEMOS) de Matinhos. Apenas o prefeito de Morretes, Junior Brindarolli (PSD) não participou do encontro.

Marcelo Roque, presidente da Amlipa, citou a importância de os municípios se desenvolverem de forma coletiva. uma vez que, as cidades fazem parte de uma mesma região e os benefícios, são para todos. “Nós temos lutado para que o litoral cresça e se desenvolva. O que é bom para Paranaguá é bom para as sete cidades. Não adianta que um município se desenvolva e o restante fique para trás. É essa união que estamos tendo durante toda a pandemia. É importante que tenhamos a consciência que precisamos investir no crescimento no litoral“, ressaltou.

Para o prefeito da maior da região, o básico do desenvolvimento é a atenção na infraestrutura. “Estamos lutando muito para que se tenha a ponte em Guaratuba, duplicações das rodovias estaduais, além das preocupações com outros pontos, como a concessão no uso da BR-277“, cita Roque que também pediu apoio dos governos, estadual, federal e também dos órgãos de fiscalização ambientais. “Ninguém é contra o meio ambiente, mas precisamos unir o crescimento com um desenvolvimento sustentável do litoral“. comenta,

Fim da pandemia e falta de obras estaduais

Os prefeitos se mostraram atentos a duas situações atuais: o aumento de veranistas nas praias no verão 2021/2022, devido a retomada econômica pós-pandemia e também o fato de que não há grandes investimentos estruturais desde 1987, na gestão do ex-governador Álvaro Dias (PODEMOS), que realizou as obras da PR-508, a Alexandra-Matinhos.

O prefeito Roberto Justus, aproveitou a oportunidade deixada pelo presidente da Amlipa e também comentou o impacto ambiental nos planos de desenvolvimento em sua cidade. “A impressão que a gente tem, é que quando defendemos a sustentabilidade, o investimento em infraestrutura no litoral, nós estamos nos colocando em lados opostos daqueles defendem o meio ambiente. E isso não tem nada a ver“, criticou Justus.

Ele também citou que a estrada Alexandra-Matinhos “certamente” não seria construída nos dias de hoje, já que atualmente as dificuldades ambientais são bem maiores. “É difícil pra gente compreender isso, porque, no meu modo de ver, não é a questão ambiental que está impedindo o investimento. É algum interesse contrário ao desenvolvimento da nossa região, que se vale do discurso ambiental pra impedir que esses investimentos aconteçam“, disse o prefeito da cidade do Cristo ao citar a orla de Matinhos.

Guaraqueçaba também foi tema da fala do gestor, que é filho do deputado estadual Nelson Justus (DEM). “Há quanto tempo Guaraqueçaba briga pela sua rodovia de acesso? Ali tem uma questão social e de saúde muito importante. Porque não querem fazer ou que façam, se valem do discurso de que lá é uma área de preservação ambiental. E assim funciona com tantos outros projetos que a gente tem aqui no litoral e que poderiam sim ser realizados dentro dessa ideia de sustentabilidade, mas, sabe-se lá porque as coisas simplesmente não acontecem”, diz.

Ao se referir a Pontal do Paraná, Roberto Justus criticou o discurso de que é inviável fazer a faixa de infraestrutura em Pontal porque, teoricamente, iria desmatar uma área da Mata Atlântica. “Balela. Não é isso. Esse discurso foi adotado por aqueles que entenderam que não se deveria fazer o investimento do dinheiro público, já que iria favorecer determinado grupo econômico. Como se o investimento público não fosse pra isso. Toda obra de infraestrutura que nós defendemos é para gerar renda e aquecer a economia da nossa região“. finaliza o prefeito ao criticar mais uma vez o discurso de que as obras seriam ruins ao meio ambiente local.