Os números que provam a força do porto de Paranaguá no cenário nacional
O Paraná foi anfitrião de um evento de gestão portuária, realizado em parceria com a Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph). O evento aconteceu na sexta-feira (22), no hotel Bourbon, em Curitiba, e o JB Litoral marcou presença. Entre os palestrantes estiveram o ex-ministro de Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) e o ministro Kassio Nunes Marques, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como um dos realizadores do evento, a empresa Pública Portos do Paraná teve protagonismo e marcou uma disputa, em tom amistoso, com o porto de Santos. As comparações começaram já no discurso do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). Ele mencionou que o Paraná foi o estado que mais investiu em infraestrutura e Tarcísio, candidato a governador de São Paulo, comentou: “isso vai mudar”, gerando risos na plateia. Mas depois, o ex-ministro endossou as palavras de Ratinho Junior, exaltando a parceria estabelecida nos últimos anos.
Na sequência, o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, apresentou no Seminário de Governança Portuária os números que provam a relevância dos estabelecimentos paranaenses no cenário nacional. Segundo maior em movimentação de cargas, ocupa a primeira colocação em alguns produtos, como óleo vegetal, frango congelado e fertilizantes. Aliás, Santos colocou em seu planejamento estratégico a intenção de tomar de Paranaguá o primeiro lugar em fertilizantes. Mas Luiz Fernando comentou que não pretende deixar isso acontecer.
As situações do maior porto paulista e o de Paranaguá são bem distintas. Santos ainda movimenta 80 milhões de toneladas a mais por ano, mas o diretor-presidente lembrou que isso acontece em 20 km de cais, em comparação com os 2,5 km de Paranaguá. Outra diferença marcante é que Santos está em processo de preparação para ser privatizado, enquanto que o governo federal afirmou que não pretende vender Paranaguá, em função da eficiência.
Sobre movimentação, Luiz Fernando Garcia da Silva disse que 2022 está se encaminhando para bater o recorde anual, ultrapassando a barreira de 60 milhões de toneladas. O primeiro semestre fechou com 29 milhões, com projeções indicando que a meta será alcançada. O valor deveria ter sido batido no ano passado, mas ficou no patamar de 57 milhões, graças à quebra na safra por causa da estiagem. Para o diretor-presidente, esses números são resultado da eficiência da equipe. Ele destacou ainda que operadores escolhem Paranaguá em função dos resultados financeiros. “Não é por amor”, brincou.
Para se manter na vanguarda, Luiz Fernando enfatizou que é necessário fazer investimentos, como o Moegão, que ampliará a capacidade de descarregamento ferroviário, e o novo corredor de exportação, com quatro vezes mais agilidade na circulação de produtos. Tudo isso associado a arrendamentos de áreas, que devem ser concretizados nos próximos meses.