Polícia investiga causa da morte de italiano que morava em Pontal do Paraná; Caso ganhou repercussão internacional


Por Flávia Barros Publicado 02/03/2022 às 07h09 Atualizado 17/02/2024 às 02h47

Ainda é um mistério como terminou a vida do italiano, de 34 anos, que morava em uma casa, no Balneário Carmery, em Pontal do Paraná. Segundo vizinhos da residência em que Marco Bonanomi morava há menos de dois anos, com Juliano Maier de Andrade Bonanomi, 37 anos, com quem mantinha uma relação, as discussões eram frequentes.  De acordo com boletins de ocorrência a que o JB Litoral teve acesso, os episódios de violência doméstica foram registrados em 2020 e 2021, quando Juliano, que prefere ser chamado de Juliana, conseguiu uma medida protetiva contra Marco, devido a uma série de ameaças, além de violência física e psicológica. Ainda segundo o descrito nos documentos públicos, o casal tinha um relacionamento de quase 10 anos e Marco chegou a ser preso duas vezes, em fevereiro do ano passado, por descumprir a medida protetiva, ao invadir a casa em que Juliana estava, mesma residência em que o casal morava.

INVESTIGAÇÃO


Apesar de publicações italianas ventilarem que Marco possa ter sido assassinado e arrastado até o local onde teriam, supostamente, tentado esconder o corpo, numa área de restinga, no Balneário Grajaú, o JB Litoral conversou com o delegado Carlos Alberto da Costa, que atua na delegacia de Pontal do Paraná e ele afirmou que, aparentemente, não havia marcas de violência no corpo do italiano.  “O laudo foi inconclusivo para a causa da morte, mas pela impressão do perito que avaliou o corpo é de que não houve morte violenta, uma vez que não há nenhum corte e a posição em que ele foi encontrado, de bruços, com os braços ao lado do corpo, não condiz com um corpo que foi jogado ou arrastado pelo local. Mas não afastamos nenhuma possibilidade e estamos investigando. Há chance de que a vítima estivesse com bicicleta e mochila quando morreu, mas esses objetos ainda não foram encontrados”, disse o delegado

PERFIL VIOLENTO


O delegado Carlos Alberto da Costa também ressaltou que Juliana, inicialmente, não é investigada como suspeita. “Já tomei o depoimento da companheira, que foi quem identificou o corpo, por meio de uma tatuagem que ele tinha no formato do contorno do continente africano. Ela explicou todos os lapsos temporais. Eles ainda eram oficialmente casados e ela havia tido uma conversa com ele poucos dias antes do desaparecimento. Marco tem um histórico de já ter tido brigas no passado, não seria uma pessoa que seria passiva ou pacífica caso houvesse sido atacada e isso deixaria marcas, mas esses sinais não foram encontrados no corpo. Além de ter sido preso por violência doméstica, ele também foi preso ao se envolver em uma confusão, na Ilha do Mel. A vítima também tinha histórico de dependência química, mas talvez não seja mais possível analisar isso devido ao adiantado estado de decomposição em que o corpo foi encontrado. Consideramos a possibilidade de uma morte natural, o inquérito foi instaurado no dia em que o corpo foi localizado, mas ainda não temos uma previsão de quando ele será encerrado”, finalizou.

DNA

Como o JB Litoral, já havia mencionado, o IML de Paranaguá recebeu do consulado italiano o pedido de coleta de material genético do corpo, para o reconhecimento oficial. Ainda não há informações se o corpo será levado para a Itália ou se será sepultado no litoral.

A reportagem também entrou em contato com a companheira do italiano, para saber como foram os últimos dias do estrangeiro. Mas a esteticista se limitou a dizer que “não vai resolver nada, vocês não vão trazer ele de volta, não vão me dar uma oportunidade de emprego, algo para o meu futuro e isso não trará benefício nenhum pra mim”, disse Juliana, que é natural de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.