Em ato de fé, romeiros lotaram a cidade e marcaram presença na 209ª Festa do Rocio


Por Flávia Barros Publicado 19/11/2022 às 11h54 Atualizado 17/02/2024 às 21h54

Com o coração repleto de fé, e pela primeira vez no Santuário Estadual Nossa Senhora do Rocio, a professora Elize Maria Anton Grosskopf foi uma das centenas de milhares de romeiros que vieram à cidade, desde o dia 6 até a quarta-feira (16), quando se encerraram as festividades da padroeira do Paraná. A professora veio de Piên, no sudeste paranaense, com um grupo que percorreu os 170 km de estrada para celebrar Nossa Senhora. “Nossa excursão tem 40 pessoas, somos um grupo de jovens lá da comunidade de Piên e é a nossa primeira vez aqui. Gostamos muito, é uma experiência única”, disse a professora que integra a paróquia de Nossa Senhora das Graças, em Piên.   

Ao contrário do grupo estreante, a aposentada Bernadete Negoseki da Cruz é uma devota que não perdia uma Festa do Rocio sequer, até que veio a pandemia de Covid-19. “Eu venho todo ano, mas por causa da pandemia parei por dois anos e agora voltei”, relatou ao JB Litoral. A aposentada, que mora em São José dos Pinhais, ainda reforçou o real sentido das festividades da padroeira. “Vir até o santuário não é um passeio, a romaria é pela fé que temos em Maria. A Nossa Senhora do Rocio leva o título, mas para mim, Maria é mãe de Jesus, da igreja e de todos nós. Minha devoção para Nossa Senhora é muito grande, eu peço interseção para ela todos os dias e quantas graças e bençãos que a gente recebeu dela. Comecei a vir quando minha filha tinha três anos, agora ela tem 51 e é sempre especial. Sempre, sempre, pela Mãe Maria, não pelo passeio”, finalizou Dona Bernadete.

DIFERENTES PERFIS

Desde o início da festa, a média diária de romeiros ficou na casa de 10 a 15 mil, com o ápice nessa terça-feira (15), em que já eram esperadas aproximadamente 100 mil pessoas, totalizando cerca de 400 mil visitantes ao longo dos 10 dias em que Paranaguá recebeu duas vezes e meia o número de habitantes.

O missionário redentorista e reitor do Santuário do Rocio, padre Dirson Gonçalves, detalhou de onde vêm e como vêm os romeiros. “A gente percebeu que os romeiros vieram de vários lugares e regiões para a celebração aqui. Contamos com seis celebrações em todos os dias; 6h, 9h, 12h, 14h, 16h e 19h, e, em todos esses horários, todos os dias, com missas cheias. Nos perguntávamos de onde as pessoas estavam vindo, então, veio muita gente de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, além daqui do Paraná, de várias regiões. Por exemplo, no dia 6, quando começou a novena, tivemos dois ônibus de Londrina, que ficaram aqui no sábado e no domingo. E depois, durante a semana, tinha gente do Rio Grande do Sul nas novenas. Mas, as pessoas que vieram durante a semana tinham, em sua maioria, o perfil de famílias, cujo transporte utilizado eram carros de passeio. Ou de pessoas que moram longe, mas que vêm aqui porque têm devoção à Nossa Senhora. Para o dia 15 já esperávamos um volume bem grande, pois recebemos muitas ligações na secretaria, de várias dioceses do Paraná. Então, tinha gente de Foz do Iguaçu, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, principalmente de três dioceses mais próximas, que são Guarapuava, Curitiba e São José dos Pinhais”, disse ao JB Litoral.  

A aposentada Bernadete Negoseki da Cruz vem da Colônia Zacarias, em São José dos Pinhais, há quase 50 anos, para os festejos de Nossa Senhora do Rocio “Comecei a vir quando minha filha tinha três anos, agora ela tem 51 e é sempre especial”. Foto: Assessoria de Imprensa

HOSPITALIDADE

O reitor do Santuário também destacou a hospitalidade do povo parnanguara.

“Para nós que somos de Paranaguá, que cuidamos da cidade, que é a aquela que tem o Santuário Estadual, e também para os padres de todo o povo de Deus que mora aqui, é uma grande missão, uma bonita missão, que é a de acolher todos esses romeiros que vêm de perto, de longe, em todos os dias da festa. Por isso que eu, em nome de toda a equipe do nosso santuário, digo a todos que sejam bem-vindos e que voltem sempre. Aqui é a nossa casa, a casa da Mãe e padroeira do Paraná, e a casa de todos nós irmãos e irmãs que nos encontramos para essa grande festa”, falou o padre Dirson Gonçalves.