Moegão avança para fase de desenvolvimento do projeto executivo


Por Amanda Batista Publicado 11/04/2023 às 13h19 Atualizado 18/02/2024 às 08h57

O empreendimento Cais Leste, conhecido como Moegão Ferroviário do Porto de Paranaguá, alcançou a etapa de criação do projeto executivo, fase que antecede a execução da obra e tem por finalidade planejar e indicar as etapas da construção. O Moegão será conectado aos terminais integrantes do Corredor Leste de Exportação e custará cerca de R$ 592 milhões, recursos próprios da empresa pública Portos do Paraná.

Em dezembro de 2022, foi homologado o contrato com o Consórcio Tucumann, único concorrente e vencedor da licitação 06/2022 para a elaboração dos projetos executivos e da implantação do empreendimento. Já no dia 30 de janeiro, a Ordem de Serviço para início das obras foi emitida. A nova fase deve ser concluída até o fim do primeiro semestre. A previsão é de que ela seja executada em 16 meses.

Sobre o projeto executivo

O projeto executivo é o conjunto de informações técnicas necessárias para a realização do empreendimento e contém de forma precisa todos os detalhes para a perfeita instalação, montagem e execução dos serviços, o que inclui: plantas e desenhos detalhados; cálculos estruturais; especificações técnicas; quantitativo de materiais e equipamentos; planilhas de orçamento e preços negociados.

A construção do Moegão vai centralizar a descarga dos trens que chegam ao porto de Paranaguá. A área onde a estrutura será instalada terá quase 600 mil metros quadrados, o suficiente para o descarregamento simultâneo de 180 vagões em três linhas independentes, o que permitirá um aumento de 63% na capacidade de descarregamento, passando de 550 para 900 vagões ao dia.

O novo complexo também contará com sistema de transporte vertical (elevadores de canecas), sistema de transporte horizontal (correias transportadoras), sistema de transferência de produto (torres de transferência), sistema de alimentação dos terminais (torres de alimentação), balanças (ferroviárias e integradoras), utilidades, prédio administrativo e prédio de manutenção.

Haverá ainda a reestruturação rodoferroviária dos acessos dos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação do Porto de Paranaguá, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais. O objetivo é construir um grande espaço capaz de aumentar a capacidade e diminuir o impacto no trânsito.

De acordo com o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, a expectativa é que mais 24 milhões de toneladas de grãos e farelos sejam exportados anualmente por Paranaguá. “Após a conclusão da estrutura, nossa expectativa é conseguir equalizar a participação dos modais, chegando a 50% do transporte por meio rodoviário e 50% por meio ferroviário”, destaca.

Foco no futuro

Para o diretor-presidente, o Moegão pode ser considerado a maior intervenção da história dos portos do Paraná e deve mudar o conceito de operação ferroviária no porto de Paranaguá. Segundo ele, o projeto considera a realidade atual e a necessidade de ampliar a participação do modal ferroviário, mas também olha para o futuro da logística no Estado e no cenário nacional.

Desenvolvemos essa obra pensando na Nova Ferroeste, no fim da concessão da malha sul que nos atende. Enfim, temos grandes investimentos externos ao porto, que demandam muito a ferrovia e precisamos estar preparados para isso”, concluiu.

Com a redução de 16 para cinco cruzamentos entre as linhas férreas e as ruas da cidade, a obra vai diminuir as interrupções do trânsito e vai gerar uma economia de 30% nos custos de transporte, diminuindo os impactos ambientais com 73% a menos de CO2 emitido.

*Com informações da Portos do Paraná