Associação de Meliponicultores do Litoral é formalizada, impulsionando a meliponicultura na região

Em dezembro do ano passado, o JB Litoral contou sobre os esforços dos criadores de abelhas sem ferrão, em Pontal do Paraná, para criar uma associação que agregasse os interessados na atividade na cidade. A luta deu certo e, agora, não só o município como o Litoral tem sua entidade: a Associação de Meliponicultores do Litoral do Paraná (AME).

A formalização foi assegurada no último sábado (17), no 4º Encontro de Meliponicultores, em Pontal do Paraná. Mais de 20 pessoas deram início ao projeto como sócios fundadores e as comissões já estão formadas.

A meliponicultura consiste na criação de abelhas sem ferrão, também conhecidas como abelhas indígenas, abelhas nativas ou meliponíneos. Participam da associação as sete cidades do Litoral: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná.

Contudo, é a Prefeitura de Pontal que tem investido significativamente na formação de meliponicultores, com a disponibilização de cursos, encontros e capacitações gratuitas. “Já foram quatro capacitações oferecidas, além dos encontros e feiras. Esse é um curso maravilhoso ofertado pela Agência do Trabalhador de Pontal, que ensina os participantes a implantar um meliponário em suas propriedades para obtenção de seus produtos, garantindo uma fonte de renda para a população”, diz Albor Neto, gerente da Agência do Trabalhador.

Projetos ambiciosos

Seu Osni Rosa Lima foi um dos maiores incentivadores para a criação da associação, em outubro de 2023. Com experiência de 10 anos na meliponicultura, em Curitiba, foi em Pontal que ele conheceu pessoas com a mesma paixão pelas abelhas.

Ao JB Litoral, ele afirma que o objetivo da associação é fazer amizades, divulgar conhecimento, melhorar a produção do micro produtor e auxiliar na geração de renda. As ideias não param de surgir e já existem projetos ambiciosos propostos, como a construção de uma Casa do Mel em Pontal do Paraná, além de uma cooperativa e meliponários nas escolas.

“A Casa do Mel seria uma estrutura para os meliponicultores venderem seus produtos, que são muitos; tem a própolis, sabonetes, hidratantes, mel, entre outros. Claro que é um projeto a longo prazo, assim como a cooperativa, mas somos visionários. Acredito que entramos num terreno fértil, porque começamos a agregar coisas, então estamos plantando essa sementinha”, reflete seu Osni.

Meliponicultura

A atividade vem ganhando destaque principalmente entre agricultores familiares. A cultura é uma boa alternativa de renda para essa população. Além disso, cerca de 85% da região de Pontal é formada por área de preservação, fator que favorece ainda mais a meliponicultura.

Um dos objetivos da associação é potencializar a produção na região, com a promoção de cursos voltados a interessados. Estão sendo programadas melipofeiras, onde o associado pode apresentar e vender seus produtos: mel, derivados de mel, enxames, acessórios, mudas de plantas melíferas e artesanato.

As atividades da AME Litoral acontecem no Balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, na sede da A.MAR, associação comunitária que apoia e disponibiliza a sede.