Área de Parque da Ilha dos Valadares é invadida por “grileiros” em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 03/05/2018 às 20h36 Atualizado 15/02/2024 às 02h39

Uma área de 409.998,58 m2, localizada na região do Cidrão, na Ilha dos Valadares, determinada como parque municipal, vem sendo invadida por “grileiros” para fins de especulação imobiliária, causando o desmatamento da única reserva de mata nativa.

A localização privilegiada do parque vem despertando interesse de pessoas pelo local, uma vez que ela se situa entre os rios dos Correias e Itiberê, com um panorama ímpar, composto por espécies de plantas em extinção, como o araçaeiro, canelinha e a camarinha, além de pequenos animais e aves.

Diversos canais de água limpa para banho. Foto/JB

Segundo informações da Associação de Moradores, o parque foi criado pelo decreto n.º 3.768, na gestão do Prefeito Edison de Oliveira Kersten, como forma de preservar a área e garantir a legalização fundiária da Ilha dos Valadares, cuja lei exige aproximadamente 30% de área verde.

Peixes são abundantes no Parque. Foto/JB

Segundo o decreto, “a área ora declarada de utilidade pública será utilizada exclusivamente para implantação de Unidade de Conservação, não sendo permitido qualquer outro uso”.

Praias com areia branca ainda inexplorada. Foto/JB

Conforme o que a reportagem do JB Litoral apurou, existem muitas moradias de forma irregular dentro do parque, inclusive grandes áreas cercadas que, segundo alguns moradores, pertencem a vereadores, ex-vereadores e funcionários da Secretaria da Ilha dos Valadares.

A Presidente da Associação de Moradores da Ilha dos Valadares (AMIV), Miriam Mathias, contou que a preocupação é com o futuro dos habitantes, que se não se preservar esta área, toda a ilha irá sofrer. “O parque é uma das partes mais bonitas da Ilha dos Valadares e necessita que cuidemos dele para a nossa qualidade de vida”, disse a presidente. 

A invasão por “grileiros” foi denunciada ao MPPR. Foto/JB

Ela adiantou que tem vários projetos para a exploração do turismo naquela região, como a implantação de um trenzinho colorido e trilhas orientadas para caminhadas. Mirian disse que luta junto às autoridades municipais para que haja mais preocupação com a coleta de lixo e esgotamento sanitário. Ela quer que os responsáveis pelo município voltem suas atenções para a questão fundiária, pois os ocupantes das terras da ilha não possuem documentos que provem que eles são donos das áreas que ocupam.

A presidente informou que já acionou o Ministério Público do Paraná (MPPR) com relação à invasão do parque, que a causa está sendo acompanhada e que a lei deverá ser cumprida, beneficiando os ocupantes antes de 2014 e, após este ano, as pessoas deverão deixar a área, sob pena de serem obrigadas a sair por força policial.