OPERAÇÃO BARREADO – Irmãos comissionados se apresentam e estão presos em Paranaguá e Antonina


Por Redação JB Litoral Publicado 19/02/2015 às 10h41 Atualizado 14/02/2024 às 06h06

Depois de conseguirem escapar do cumprimento de mandado de prisão expedido pela justiça e cumprido no dia 13 deste mês, os três irmãos acusados de envolvimento no “caso dos pescadores” se apresentaram na Polícia Federal e se encontram presos nas delegacias de Paranaguá e Antonina. 

Os irmãos Karoline de Souza Cardoso, Cleverson Henrique Cardoso e Kharyne de Souza Cardoso, juntamente com o ex-escrivão do fórum cível de Antonina, Sérgio Augusto da Silva, são acusados de integrar o esquema criminoso no cartório cível no fórum de Antonina. Vale ressaltar que dois irmãos, são cargos de confiança do prefeito João Ubirajara Lopes (PSC), João Domero, Karoline de Souza Cardoso responde pela chefia de Tributação, enquanto que Cleverson Henrique Cardoso, pela chefia da Tesouraria na prefeitura municipal.

Informações levantadas pelo JB dão conta que os dois homens, Cleverson e Sérgio estão detidos na delegacia de Paranaguá, enquanto as duas mulheres estão na delegacia de Antonina, coincidentemente, a mesma onde o pai dos três irmãos, Cláudio Anselmo Cardoso, já falecido, exerceu a função de escrivão.De acordo com a investigação, Claudio também integrava o grupo.

Segundo o Ministério Público do Paraná, ele recebia R$ 2,5 mil por mês para colaborar com a quadrilha. Ele chegava a interceptar boletins de ocorrências registrados por pescadores contra advogados, para que os casos não chegassem à Promotoria. Informações dão conta que um dos motivos que levou a transferência das irmãs para Antonina, é o fato de Kharyne estar amamentando e precisa ficar próxima do filho.

Segundo reportagem da Gazeta do Povo, na denúncia era “Karoline quem recebia as orientações dos advogados e organizava as atividades no cartório, de forma a favorecer o escritório Bahr, Neves e Mello. Além disso, o escrivão interferia diretamente no andamento dos processos, deixando de realizadas juntadas de procurações que pudessem suspender ações indenizatórias em que a “Operação Petrobrás” atuava. Em troca, os servidores recebiam propina mensalmente.

De acordo com o MP, o dinheiro era repassado por Francislayne Correia de Oliveira, que era funcionária do escritório de advogados. A mesada era recebida por Karoline, que fazia a partilha dos valores entre os funcionários do cartório. Duas estagiárias da repartição chegaram a ser contratadas e pagas pelo escritório Bahr, Neves e Mello”.

Prefeito não se manifesta

A reportagem do JB atendendo orientação da Secretaria de Comunicação enviou questionamentos ao endereço eletrônico do prefeito João Domero a respeito do assunto.

O JB questionou desde quando os comissionados citados na reportagem da Gazeta do Povo estavam nomeados na prefeitura; sendo eles pessoas da sua confiança, qual foi o critério adotado para integrá-los em sua administração; o senhor tinha conhecimento que estas pessoas estavam sendo investigadas; em razão da prisão dos três, eles permanecerão nos cargos ou serão exonerados.

O prefeito João Domero não respondeu a nenhum dos questionamentos.

N.E.: Fotos das redes sociais são de domínio público