Dono da Elotech é preso e Câmara não vê motivo para romper contrato com a empresa


Por Redação JB Litoral Publicado 23/06/2016 às 21h05 Atualizado 14/02/2024 às 14h00

Presidente Jozias diz não haver motivo para romper o contrato. Foto: JB

Mesmo com a prisão do empresário Rudney Ricardo Rizziolli, proprietário da empresa Elotech Informática e Sistemas, na cidade de Maringá, feita pela Operação Tríade no dia 10, o presidente Jozias de Oliveira Ramos (PDT) alega não haver motivos para romper o contrato de prestação de serviços de informática para Câmara Municipal de Paranaguá.  

Suspeito de desvio de dinheiro público e falsidade ideológica na prefeitura de Vilhena, o empresário possui contrato com várias prefeituras do Paraná e de outros estados. De acordo com o site de informação www.sarandionline.com.br, a Elotech tem contratos milionários com a administração Pupin/Barros, a maioria com dispensa de licitação.

Informações do portal www.vilhenanoticias.com.br dão conta que a empresa está sendo investigada pela Polícia Civil de Vilhena, por suspeita de desvios de verbas públicas em contratos ligados ao SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Vilhena, onde o ex-diretor da autarquia, Josafá Bezerra, estaria envolvido, inclusive com a possível participação de vereadores. “O esquema que está sendo investigado, teria empresas fantasmas que possuíam contratos com SAAE para prestação de serviços de informática, no entanto, tais serviços nunca foram realizados”, informa o site.
 

Em Paranaguá, por sua vez, nesta gestão a Elotech já recebeu da Câmara de Vereadores de 2013 até maio deste, um total de R$ 132.760,99, por serviços que vão desde a manutenção e atualização
de dados, suporte técnico dos sistemas utilizados pela Câmara até aquisição de licença de softwares destes sistemas.

Um levantamento feito pelo JB no Portal de Transparência do Câmara Municipal mostrou que em 2013 a Elotech faturou R$ 30.833,32, em 2014 R$ 52.946,00, em 2015 R$ 56.077,39 e até maio deste ano, um total de R$ 23.737,60.

Em razão do fato da empresa estar sob investigação e seu proprietário preso pela Polícia Civil, o JB enviou a Câmara três questionamentos sobre o assunto.        Preso pela Operação Tríade, dono da Elotech é suspeito de desvio de verbas públicas em Rondônia.

Foram eles; quais são os contratos que a Elotech possui com a Câmara, seus valores e quais serviços prestados? No Portal da Transparência consta que desde 2013 a Câmara pagou R$ 132.760,99 pela aquisição e não locação de software. Porque esses softwares precisam ser adquiridos anualmente e não locados a prestação do serviço? Em razão desta investigação de desvio público, esta presidência pretende manter este contrato ou suspendê-lo por conta da investigação?

O que diz a Câmara

Em nota encaminhada à redação do JB, sobre os contratos a Assessoria de Comunicação da Câmara informou a existência de apenas um contrato firmado, o de número 08/2013, referente ao Pregão Presencial nº 12/2012 assinado em maio de 2013 no valor total de R$ 60 mil, sendo R$ 10 mil pela aquisição da licença de uso e implantação do sistema de software e mais o valor de R$ 50 mil relativo à manutenção mensal. Este contrato recebeu três aditivos nos anos de 2014, 2015 e 2016, este último fez o valor total original saltar de R$ de 50 mil para mais de R$ 61 mil.

Sobre o levantamento feito pelo JB no Portas da Transparência da Câmara dos mais e R$ 132 pagos para Elotech, a Assessoria disse não ter conseguido identificar este valor, mas orientou que o jornal poderia verificar os valores e aquisições nos documentos enviados ou no Portal da Transparência.

No último questionamento, a Assessoria informou que o contrato feito com a empresa ocorreu dentro das leis e a Elotech presta os serviços de forma satisfatória, cumprindo as cláusulas contratuais, não havendo motivo por ora para romper o contrato. Disse ainda que até o presente momento a Câmara não recebeu qualquer recomendação do Tribunal de Contas do Paraná, Ministério Público do Paraná e tão pouco intimação do Poder Judiciário.