Setor litoral da UFPR poderá participar das pesquisas da nova vacina, se necessário; doses devem custar R$ 5
Por Marinna Protasiewytch
Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (26), pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) afirmaram que a vacina desenvolvida por eles poderá custar até 11 vezes menos que a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan e uma das mais aplicadas no Brasil.
Para os cientistas, o valor de R$ 5,00 foi calculado com base nos insumos utilizados pelo laboratório de pesquisas. “Considerando apenas os insumos, o preço da vacina é inferior a R$ 5 por dose, que a gente considera bastante baixo. Todos os insumos ou são produzidos no Brasil ou podem ser produzidos aqui, então a gente diz que seríamos completamente autossuficientes”, explicou um dos coordenadores da pesquisa, Emanuel Maltempi de Souza.
Atualmente o Ministério da Saúde paga um valor estimado de US$ 10,30 (cerca de R$ 56 na atual cotação), por dose da Coronavac, isso porque alguns dos insumos utilizados na produção da vacina são importados. A 1ª fase da pesquisa foi apoiada com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Agora, a universidade terá o apoio financeiro Governo do Estado.
Cerca de R$ 700 mil serão investidos através Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), vinculada à Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). “Segundo alguns reitores, este custo pode chegar a R$ 50 milhões na fase clínica. Nenhuma universidade teria condições de fazer isso sozinha. Aí será uma parceria que teremos que celebrar”, afirmou o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca.
Testes e eficácia
Os estudos ainda estão sendo desenvolvidos, mas segundo os pesquisadores da UFPR os resultados na fase pré-clínica, realizada em camundongos, têm sido satisfatórios e apresentaram títulos de anticorpos comparáveis e até superiores aos da vacina AstraZeneca/Oxford.
Setor Litoral
Apesar do desenvolvimento dos testes de identificação da Covid-19 tem ocorrido através da pesquisa do professor Luciano Huergo, a unidade da UFPR no litoral não fará parte, inicialmente, dos estudos para a vacina.
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“Nesse momento, nós não temos nada acontecendo que envolve a colaboração desse projeto que está passando em nosso laboratório e o projeto dos testes. É possível que no futuro exista convergência, mas neste momento não temos nada acontecendo que envolva os dois laboratórios. Se houve espaço e necessidade, certamente iremos contar com o Luciano que é um parceiro na nossa pesquisa”, disse Emanuel Maltempi de Souza.