Índice de chuvas para fechamento de estradas no Paraná pode ser revisto, diz PRF


Por Flávia Barros Publicado 16/11/2023 às 08h01 Atualizado 19/02/2024 às 04h50
Vários pontos das rodovias que cortam o Litoral sofreram deslizamentos entre outubro e novembro do ano passado. As consequências ainda existem. Foto: Rodrigo FelixLeal/SEIL

Com uma primavera de chuvas acima da média e um 2023 marcado por restrições nas estradas devido às chuvas do verão 22/23, a preocupação agora é como ficará a mobilidade nas rodovias que cortam o Litoral com o verão 23/24, que se aproxima. Atualmente, há critérios para o fechamento de rodovias em casos de muita chuva, de forma a manter a segurança dos usuários. Na PR-410 (Estrada da Graciosa), por exemplo, o acumulado de chuva na região é critério para fechamento temporário da via, similar ao utilizado na BR-376, onde a concessionária que administra o trecho, Arteris Litoral Sul, com base em estudo de geólogo contratado, definiu que se chover 60 milímetros em 24h ou 160 milímetros em uma semana, a estrada deve ser bloqueada emergencialmente.

Mas a Polícia Rodoviária Federal do Paraná (PRF) quer uma revisão dos índices pluviométricos definidos para fechamento de rodovias no estado. Segundo Fernando Oliveira, superintendente da PRF no Paraná, em entrevista à Rádio CBN de Curitiba, na noite dessa quarta-feira (15), uma reunião está marcada para dezembro deste ano com o Ministério Público Federal para tratar do tema.

Queremos discutir isso junto com a universidade e com o Ministério Público. Nós sabemos que se aproxima o período com chuvas mais intensas, me preocupa muito que tenhamos fechamentos frequentes e que uma avaliação talvez mais detida poderia concluir que eles não são tão necessários assim. O objetivo é garantir que na temporada tenhamos uma rodovia segura e aberta“, disse o superintendente.

2023 de restrições

Todos os acessos ao Litoral tiveram restrições e passaram por obras emergenciais ao longo deste ano devido aos deslizamentos ocasionados entre outubro e novembro do ano passado, com outras ocorrências do tipo, mas de menor gravidade, em datas posteriores. A única rodovia que teve a obra concluída foi a BR-277, com trabalhos realizados pelo governo do Estado e DNIT, nos trechos em Morretes. Estrada da Graciosa, também em Morretes, só teve o fim das restrições na última terça-feira (14), mas as obras seguem nas encostas. Já na BR-376, em Guaratuba, a Arteris Litoral Sul concluiu recentemente as obras emergenciais, mas as de reparo, de fato, no talude, ainda depende da liberação da ANTT, pois 80% da área a ser reparada está fora do limite da concessão. O impasse perdura desde o primeiro semestre.