ACAPRA recolhe e comercializa produtos recicláveis há 15 anos


Por Redação JB Litoral Publicado 29/02/2020 às 11h22 Atualizado 15/02/2024 às 08h16

A Associação dos Catadores de Produtos Recicláveis de Antonina (ACAPRA) trabalha, há 15 anos, no recolhimento de materiais reutilizáveis no município. Localizada no bairro Batel, a entidade conta com a ajuda da prefeitura da cidade para manter os trabalhos. Por meio de uma empresa contratada pelo órgão municipal, caminhões fazem a coleta dos lixos recicláveis em boa parte da região antoninense.

A ideia de criar uma cooperativa no município partiu da Prefeitura Municipal, a qual tinha como objetivo gerar renda às famílias que trabalhavam em situação precária no antigo lixão do Saíva, próximo ao bairro da ACAPRA. Com isso, alguns moradores de Antonina passaram a trabalhar na Associação de maneira segura. Dos seis colaboradores que desempenham a função de coleta e separação dos resíduos, cinco são mulheres.

A dona Jurema Alves Ferreira trabalha no local desde a sua fundação, em 2005. Todos os dias, a moradora do bairro Ponta da Pita atravessa a cidade para ir em busca do seu sustento. Segundo ela, ficar parada não condiz com a sua personalidade. “Se eu não vier trabalhar aqui não está nada bom. Com o dinheiro da coleta eu consigo sustentar toda a família. Chova, vente, faça sol, caia pedra, eu estou aqui. Trabalhamos unidas, graças a Deus”, disse.

Em 17 de março de 2008, foi sancionada uma lei, na Câmara Municipal de Antonina, tornando a ACAPRA uma empresa de utilidade pública. A sociedade de Direito Civil, sem fins lucrativos, foi reconhecida na gestão do ex-prefeito do município, Kleber Oliveira Fonseca (PMDB), o qual assinou o documento aprovado pelos vereadores na época.

Bairros contam com caminhões

Os serviços externos são realizados durante o dia e à noite. Uma equipe vai até as casas recolher plástico, embalagem de leite, vidro, metais e papel branco. Pela manhã, a população é avisada por meio de um alto-falante. Os moradores de Antonina fazem a separação dos materiais em casa, facilitando o trabalho dos coletores. Mas, de acordo com Marcia Alves Ferreira, que está há 12 anos na ACAPRA, nem sempre eles encontram o que desejam durante a escolha dos produtos recicláveis. Mesmo assim, a coletora garante que se sente bem na função que desempenha. “Aqui vem de tudo. Muitos moradores separam bem antes de mandar para nós, mas tem outros que não colaboram. Vem rato, cobra, aranha, fralda, papel higiênico e até absorvente. Mas a gente gosta do que faz. Para nós é um divertimento. Vamos trabalhando com alegria. Quando vamos ver, já conseguimos limpar tudo”, relatou.

Depois de feita toda a separação, os resíduos são colocados em uma prensa, dando forma a grandes fardos, os quais são encaminhados, no fim de cada mês, para a Central de Coleta de Curitiba. A maior demanda de recicláveis é registrada nos períodos de Carnaval e Natal, em que exige um tempo maior para dar conta dos serviços.

Os recolhimentos pelo município acontecem de segunda a sábado. Já os trabalhos internos na Associação de Catadores são realizados até as sextas-feiras, fechando às 17h. Os bairros atendidos pela instituição são o Portinho, Jardim Maria Luiza, Ponta da Pita, Penha, Centro, Rio do Nunes e Bairro Alto.