ABALINE x Táxi Náutico – briga em ponto de embarque para a Ilha do Mel termina em tentativa de homicídio 


Por Luiza Rampelotti Publicado 09/10/2022 às 19h31 Atualizado 17/02/2024 às 19h01

Uma possível tentativa de homicídio chocou Pontal do Paraná na manhã de sábado (8). Tudo começou no ponto de embarque para a Ilha do Mel, em Pontal do Sul, quando um segurança da Associação de Barqueiros das Baías do Litoral Norte do Estado do Paraná (ABALINE) confrontou supostos táxis náuticos clandestinos que abordavam passageiros no local.

A ABALINE é autorizada a gerenciar a compra de bilhetes para as travessias com destino aos trapiches de Encantadas e Brasília; desta forma, é mantida a contagem de turistas e realizada a segurança dos mesmos. Entretanto, há anos os associados reclamam de táxis náuticos que vendem o serviço de forma supostamente ilegal.

Na ocasião de sábado, o segurança Wesley Willian Pivato Honório estava trabalhando na função de segurança no ponto de embarque, quando constatou que um funcionário da empresa Doug Táxi Náutico, chamado Kaic Luiz Gonçalves, estava abordando os turistas que se dirigiam ao terminal. Quando Wesley chamou a atenção de Kaic, a confusão se formou.

Perseguição e agressões


Após as agressões físicas entre os dois homens, Wesley saiu do local com o carro Citroen C4 Pallas para se dirigir até a tenda de retirada das passagens. No entanto, antes de chegar ao destino, Kaic, seu chefe, Douglas Willian de Amorim Cardoso, o irmão, Daniel de Amorim Cardoso, e outros funcionários da Doug Táxi Náutico cercaram o veículo com uma caminhonete Ford Ranger.

Uma perseguição aconteceu e, com o intuito de tirar o C4 Pallas da pista, os homens encostavam no veículo. Quando Wesley chegou à tenda, parou o carro e fugiu. Os homens desceram da Ford Ranger e, com um taco de beisebol, destruíram o carro.

Além disso, os homens também destruíram a tenda que servia como ponto de vendas da ABALINE. A Polícia Militar foi chamada, mas ao chegar no local, os homens já haviam fugido.

Na sede da associação, foram identificadas algumas pessoas que testemunharam o início das agressões, definidas pelos policiais como “agressões qualificadas”, isto é, lesão grave e com pena maior. Apesar de haver a informação de que Douglas e Daniel compareceriam na delegacia para prestar esclarecimentos, isso não aconteceu.

Todas as informações descritas acima estão contidas no Boletim de Ocorrência (B.O.).

Transporte ilegal


O JB Litoral conversou com Willian Correa, proprietário da empresa Will Seg Serviços Especializados, pela qual o segurança Wesley estava prestando o serviço na ABALINE. De acordo com ele, Douglas e Daniel são filhos do vereador de Pontal do Paraná, Sinedir da Rosa Cardozo, o Sene, e realizam o transporte clandestino de turistas para a Ilha do Mel.

Tudo começou com um alerta para a venda ilegal, quando aconteceu as vias de fato. Depois disso, os filhos do Sene recrutaram seus funcionários e foram em 8 na caminhonete atrás do C4 e conseguiram o parar, pois estavam tentando jogar o carro para fora da pista. Quando o veículo parou, eles começaram a quebrar tudo, tanto o carro quanto a tenda. Foi uma tentativa de homicídio contra o Wesley”, disse.

Segundo ele, esse tipo de transporte clandestino é comum e há tempos é denunciado pela associação. “Eles abordam os carros ilegalmente na rua, levam todos ilegalmente sem pulseiras e sem fazer as contagens. A Ilha do Mel suporta 5 mil turistas e é a ABALINE que tem autorização para realizar o transporte, porque quem passa por lá tem a catraca, passagens e pulseira; temos o controle por numeração”, explicou.

Willian disse que irá representar criminalmente contra os envolvidos nas agressões. O JB Litoral não conseguiu contato com os demais citados no caso; desta forma, se houver interesse de manifestação, o jornal deixa o espaço aberto para que aqueles, que assim desejarem, apresentem suas versões dos fatos até quarta-feira (12).