MEC coloca ISULPAR na lista de piores faculdades do Brasil


Por Redação JB Litoral Publicado 12/07/2017 às 18h35 Atualizado 14/02/2024 às 19h20

Na última semana, o Ministério da Educação (MEC) divulgou a avaliação realizada em todas as instituições de ensino superior no Brasil, onde o Instituto Superior do Litoral (ISULPAR), maior faculdade privada em Paranaguá, recebeu média insatisfatória, constando como uma das piores faculdades do país. Criada no ano 2000, a faculdade possui milhares de acadêmicos de Paranaguá e do litoral, e com este resultado negativo poderá ter redução de vagas e proibição de abertura de novos cursos e campus.

A pesquisa analisou 2.109 faculdades no Brasil e foi realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão este pertencente ao MEC. Os números foram obtidos por meio do critério de medida do Índice Geral de Cursos (IGC), o qual realiza esta análise com acadêmicos de todos os cursos oferecidos pela instituição. Os números divulgados na última semana foram obtidos no processo realizado em 2015.
 

Segundo o MEC, “castigos” continuarão até que a ISULPAR resolva os problemas apontados. Foto/Wikipedia

Segundo o MEC, o resultado do Instituto foi 2, em um índice que vai de 1 a 5, de mau a ótimo desempenho. A faculdade particular de Paranaguá foi classificada como “insatisfatória” segundo o estudo, ficando atrás inclusive da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus Paranaguá. Válido ressaltar que o ISULPAR poderá recorrer da decisão, defesa concedida pelo MEC para todas as faculdades com média abaixo de 3. Segundo o Ministério de Educação, a nota baixa que a Faculdade obteve poderá proibi-la de abrir novos campus e cursos, bem como ampliar vagas para alunos nos cursos existentes, “castigos” que continuarão até que a instituição resolva os problemas apontados pelo órgão superior de educação à faculdade.
 

“Segundo o Ministério de Educação, a nota baixa que a Faculdade obteve poderá proibi-la de abrir novos campus e cursos, bem como ampliar vagas para alunos nos cursos existentes”
 

Atualmente e entidade de ensino superior conta com oito cursos de graduação: Direito, Publicidade e Propaganda – Comunicação Social, Pedagogia, Administração, Gestão Financeira, Gestão Hospitalar, Sistemas de Informação e Gestão Portuária, tendo sua sede localizada na Costeira. Recentemente a instituição inaugurou um novo prédio, assim como abriu o Curso de Publicidade. Este resultado poderá frear a ampliação pretendida pela faculdade, se as sanções previstas forem aplicadas.
 

“No litoral, além do Instituto Superior do Litoral do Paraná, somente o Instituto Educacional do Litoral do Paraná (ISEPE), de Guaratuba, atingiu a mesma nota 2”
 

Em todo o Brasil, 313 faculdades tiveram o Índice Geral de Cursos insatisfatório. No litoral, além do Instituto Superior do Litoral do Paraná, somente o Instituto Educacional do Litoral do Paraná (ISEPE), de Guaratuba, atingiu a mesma nota 2.

 

ISULPAR esclarece nota e reforça sua “qualidade e seriedade na construção do conhecimento”
 

JB Em sua opinião, porque motivo o MEC avaliou conceito 2 ao ISULPAR, considerado insatisfatório?

Prof. Ivan – Para chegarmos ao conceito tão discutível de média 2, precisamos estabelecer algumas diferenciações. O MEC estabelece dois índices de análise: Índice Geral de Cursos (IGC) e o Conceito Institucional (CI).

O IGC fundamenta-se no desempenho do aluno submetido ao ENADE.

Nas últimas avaliações do ENADE, participaram alunos dos cursos de Direito, Sistemas de Informações, Pedagogia e Administração. Os três primeiros lograram média 2, somente Administração obteve conceito 3. O quadro agravou-se quando nove alunos dos cursos de Geografia e Turismo (Cursos Extintos) obtiveram conceito 1. Provocando a queda do IGC de 3 para 2.

O CI refere-se à avaliação de todo universo da Instituição. Em 2016, recebemos uma comissão do MEC para o recredenciamento institucional. Feitas as avaliações, o INEP publicou a aprovação do recredenciamento, pela Portaria Ministerial N° 915/2016 – CI 3.

Há situações questionáveis, como, alunos do Curso de Direito que fizeram o ENADE e não foram bem nas avaliações. Estes mesmos alunos fizeram o exame da OAB e obtiveram desempenho acima da média nacional.

No ENADE não há vínculo de natureza acadêmica, pois a nota não é registrada no histórico. Esse descomprometimento com a IES cria situações prejudiciais à imagem institucional.

JB Como avalia a pesquisa feita pelo INEP, órgão pertencente ao MEC, que assim qualificou a faculdade?

Prof. Ivan  – Em 2016 e 2017, o ISULPAR recebeu comissões do MEC “in loco” para autorização e reconhecimento de diversos cursos. Caso a Faculdade, fosse considerada “uma das piores”(sic) pelo MEC, não teríamos as deliberações: Autorização Curso de Arquitetura e Urbanismo, Portaria Ministerial N° 301/2017 e Aprovação do Curso de Logística.

Renovação de reconhecimento dos Cursos de Administração e Direito.

Reconhecimento dos cursos de Gestão Portuária, Financeira e Hospitalar.

JBComo avalia o nível de ensino do ISULPAR?

Prof. Ivan – Temos um comprometimento da Mantenedora e dos colaboradores em oferecer qualidade e seriedade na construção do conhecimento. Nossa estrutura é comparável às melhores instituições da capital. Os investimentos são contínuos, como a construção de um moderno anfiteatro e novos laboratórios. O ISULPAR, ao longo de 16 anos de atividades, confirma uma atuação relevante para a prática profissional, comprovada pela atuação de seus egressos.

Alguns veículos da imprensa nacional, não souberam discernir os valores atribuídos ao IGC e CI.  Essa análise deprecia o trabalho de instituições comprometidas com a seriedade. Não será uma avaliação insatisfatória, momentânea, que irá nos abstrair de nossas atividades acadêmicas. Esse é o ISULPAR que queremos: uma Instituição que contribui para o desenvolvimento do litoral do Paraná e do Brasil.

 

*Com informações da revista Exame