“Melhor é visitar as aldeias e conviver com essa cultura enquanto está viva”, afirma cacique sobre ações da Funai e entidades
Marinna Protasiewytch com Ascom Funai
Atualmente, existem 7 aldeias indígenas no litoral do Paraná, nos municípios de Morretes, Guaraqueçaba, Pontal do Paraná e Paranaguá. A etnia predominante é Guarani Mbya, e cada aldeia tem entre 10 a 20 famílias. A Fundação Nacional do Índio (Funai) atua com a proposta de desenvolver a autonomia das comunidades. O JB Litoral, trouxe na edição impressa 665 um pouco do desenvolvimento das aldeias e como os indígenas tem enfrentado a pandemia, com auxílio das entidades apoiadoras.
Etnodesenvolvimento
Existem diversos projetos ligados ao etnodesenvolvimento de comunidades indígenas no litoral paranaense. Um exemplo é a parceria entre a Funai e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que promove a de criação de abelhas sem ferrão em todas as aldeias do litoral do Paraná.
As abelhas são consideradas sagradas para os Guarani e sua importância se dá tanto no âmbito cultural, já que a cera é utilizada para confecção de velas utilizadas nos rituais, como ambiental, pois sua presença é responsável pela polinização de inúmeras espécies da Floresta Atlântica.
A CR Litoral Sul tem adquirido sementes, galinhas poedeiras e apoiado a piscicultura e o preparo de solo e assistência técnica em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri/SC) e Emater, e também participou do Programa Ibirama, com várias ações voltadas à produção.
“Prosseguimos com os processos de aquisição de cestas básicas com o objetivo de atender a todas as famílias indígenas sob nossa jurisdição. Dentro das atribuições institucionais, a CR realiza o monitoramento, a fiscalização e a proteção territorial das Terras Indígenas, tanto com atividades planejadas quanto com ações emergenciais para conter invasões”, comenta o coordenador-regional do Litoral Sul, Eduardo Remus Cidreira.
Licenciamento ambiental
O órgão indigenista também acompanha o licenciamento ambiental do Plano Básico Ambiental nos projetos de ampliação do porto de Paranaguá e do porto de Pontal do Paraná. Todos os projetos têm como objetivo a sustentabilidade, a autonomia e a preservação cultural dos povos indígenas.
De acordo com o cacique Dionísio, representante da Terra Indígena Ilha da Cotinga, ações como essas servem para que a história do sua comunidade não se perca em meio à civilização.
Para ele, a melhor forma de preservar a cultura Guarani, que está viva, é preservando seu povo, presente nas aldeias do Litoral do Paraná. “Muito melhor é visitar as aldeias e conviver com essa cultura enquanto está viva do que conhecê-la num museu”, ressalta o cacique.