Paranaguá tem maior média de bicicletas por habitantes; ciclismo faz parte da cultura


Por Marinna Prota Publicado 19/08/2021 às 14h17 Atualizado 16/02/2024 às 10h41

É impossível andar por Paranaguá e não se deparar com um ciclista. A cidade, que possui aproximadamente 120 mil bicicletas, segundo um levantamento feito pela Superintendência Municipal de Trânsito (Sumtran), é conhecida por ser a que mais tem ciclistas no estado do Paraná. O veículo é utilizado tanto para o transporte quanto para o lazer e neste dia 19 de agosto é reconhecido através do “Dia do Ciclista”.

Em entrevista ao JB Litoral, um dos apreciadores da liberdade de ir e vir sobre duas rodas, Alex do Nascimento Silva, de 35 anos conta que se arrepende de não ter começado mais cedo a pedalar. “Tudo começou em 2014, final de ano na praia e estava uma fila, aquelas filas de carros pra praia que conhecemos. Eu como não gosto de andar de carro para evitar essa fila, fui de bike para praia. Após isso percebi que a praia era tão perto e comecei a ir mais vezes e hoje já acho que é pertinho”, contou o ciclista.

(foto: arquivo pessoal)

A vontade de andar e explorar outros lugares foi passada também para a esposa, Erica Marques, de 35 anos e para o filho, Vitor Borba da Silva, de 10 anos de idade. A família aproveita para sair unida, apreciar a paisagem e de quebra ainda cuidar da saúde. “Olha é muito bom ver meu filho no ciclismo. Eu me arrependo de não ter conhecido o ciclismo antes, joguei bola até meus 30 anos e bem jogados, mas quando comecei a pedalar foi um sentimento de liberdade. Sem cobrança, só um adversário, que é seus limites. É você sempre querer ser mais rápido e ir mais longe, diferente de outros esporte que depende um do outro”, ressaltou Alex.

Quedas e medos

Apesar de aumentar a qualidade de vida de quem pedala, o ciclismo ainda é rodeado de problemas, principalmente quando falamos de trânsito. Por isso, o Detran e também a Sumtran sempre realizam campanhas de conscientização para alertar os motoristas sobre o respeito nas vias. Mas a realidade ainda é difícil, segundo Alex.

“É bem difícil andar na ciclovia, pior trecho para pedalar é dentro da cidade. Dou graças a Deus quando chego na BR ou na trilha. O pessoal de carro não respeita e mais ainda o desrespeito é dos ciclistas, que andam olhando celular, distraídos, e acabam atrapalhando o companheiro que está na ciclovia”, pontuou o ciclista.

(foto: arquivo pessoal)

O rapaz, que já chegou a cair, se machucar e pensar em parar afirma que acaba se tornando parte da vida da pessoa. Por conta disso, após a queda, com apoio da família e amigos, ele seguiu pedalando. Por isso, Alex incentiva quem ainda não deu os primeiros passos.

“Minha dica é ir com calma para bicicleta, não fazer sofrer. Porque vou falar para você, a bicicleta cansa muitas vezes e a pessoa acha que porque pedalou a vida inteira que vai aguentar qualquer percurso. Só pedalando para saber. Então vai com calma em percursos pequenos, conforme vai ganhando confiança vai indo em lugares diferentes com grupos divertidos. Assim a pedalada vai virar um prazer e não um sacrifico”, finalizou.