Pequenos atletas, grandes conquistas: crianças e adolescentes de Guaraqueçaba vão a SP e surpreendem em Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu


Por Flávia Barros Publicado 02/05/2023 às 23h17 Atualizado 18/02/2024 às 10h31

Eles saíram de Guaraqueçaba em meio a uma cidade em luto, devido ao assassinato de Kameron Osolinski, uma criança de 11 anos, no final da semana passada. Mesmo em meio à tristeza e com o desfalque de uma atleta, parente da vítima, o time foi a Barueri (SP), onde mostrou garra e técnica no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu (CBJJ). A competição ocorreu sábado (29) e domingo (30), para os atletas com até 15 anos, e segue até o próximo dia 7 nas categorias juvenil adulto e master. Dos 8 mil inscritos, de todas as regiões do Brasil, 19 guaraqueçabanos, de 9 a 14 anos, voltaram para casa orgulhosos, pois participaram de uma das principais competições nacionais do esporte. Além de competir, foram para ganhar e o resultado é prova disso: 11 medalhas, sendo quatro de ouro, quatro de prata e três de bronze     

ORGULHO


Subiram no topo do pódio, Luana Estaran, 13 anos, na categoria médio; Isabella Xavier, 11 anos, no meio-pesado; Laís Patrício, 12 anos, no superpesado; e Thor Galdino, 9 anos, na categoria leve. Os outros sete atletas também chegaram entre os melhores e faturaram pódio, com segundos ou terceiros lugares, motivo de satisfação para o professor deles e responsável pela Escola Gracie Barra, de Guaraqueçaba, Silvestre de Oliveira Lopes.

No maior evento de jiu-jitsu do mundo fomos reconhecidos como uma das melhores escolas. Tenho muito orgulho dos nossos atletas, também somos muito gratos a todos que conseguiram nos patrocinar para que pudéssemos levar nossas crianças, à Prefeitura de Guaraqueçaba e a todos os pais, pelo empenho”, diz Silvestre.

Conseguimos levar crianças que já vêm se destacando nos treinos e levamos alguns pela primeira vez, para adquirir experiência em grandes competições. Para a nossa surpresa, também já tivemos ouro entre esses estreantes. Sentimos a ausência de uma das nossas atletas, a Milena Freitas, que é prima da Kameron. Viemos todos tristes, mas muito determinados”, completa, em conversa com o JB Litoral.  

DESAFIO  


Mestre Silvestre também conta como é o desafio de treinar crianças para um dos maiores eventos de jiu-jitsu do Brasil. “É muito difícil, demanda uma enorme responsabilidade e planejamento. Colocá-los em alto nível, como exige o evento, não é fácil. São necessários muita disciplina, técnica e controle emocional. Além disso, ainda temos que lidar com a preocupação dos pais, o que é completamente compreensível”, explica.

Para obter esse resultado, trabalhamos ao longo de todo o ano passado, cuidando e ajustando a parte técnica com boa nutrição, qualificando cada atleta em sua devida categoria. A meta, agora, é familiarizar mais ainda o time, adequar a alimentação com treino e transformar as pratas deste ano em ouro em 2024. Para tudo isso é imprescindível a parceria com a família, que sempre soma”, finaliza Silvestre de Oliveira Lopes.