Pesquisadores desenvolvem projetos de conservação de espécies do litoral


Por Redação Publicado 04/07/2021 às 17h36 Atualizado 16/02/2024 às 06h50

Por Brayan Valêncio

Em meio à necessidade de ampliar o alcance das ações de proteção à biodiversidade em todo o planeta, o Campus Pontal do Paraná – Centro de Estudos do Mar (CEM) realiza pesquisas consideradas referências nacionais no cuidado das espécies regionais. Entre as vidas que recebem atenção especial dos pesquisadores, estudantes e profissionais da instituição estão: mamíferos, aves, tartarugas e até tubarões e arraias. Esses seres são monitorados na tentativa de mapear e gerenciar como chegaram ao litoral paranaense, quais suas condições de saúde e desenvolvimento, entre outros detalhes analisados.

Nosso trabalho busca entender quem são essas espécies, se elas são residentes ou migratórias e qual a relação genética com outras populações. A gente também busca analisar o que elas comem, qual a relação delas com os outros elementos da cadeia alimentar, quais os impactos que ameaçam a sobrevivência dessas espécies, quais as atividades humanas que impactam essas vidas marítimas e como podemos reduzir esses impactos”, explica Camila Domit, coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação de Mamíferos e Répteis Marinhos (LEC) do CCP-CEM.

Uma das formas de realizar a logística de proteção aos seres vivos encontrados no litoral é trazer para próximo da instituição a comunidade e realizar atividades em conjunto, principalmente delimitando áreas de proteção e encontrando quais são os grupos ameaçados de extinção, então passam a determinar quais espaços são utilizados para atividades portuárias, costeiras, pesqueiras e de turismo.

Após essa análise, os pesquisadores buscam unificar as forças de trabalho na tentativa de entender como é possível garantir a execução das necessidades humanas, sem passar por cima do ambiente saudável para os animais que ali habitam.

Animais encalhados recebem cuidados

O projeto de monitoramento de praia, que também é coordenado pela doutora em Zoologia Camila Domit, é outro de grande importância visto que ele realiza a avaliação de todos os animais encontrados encalhados no litoral paranaense, estando vivos ou mortos. Com essa análise, é possível entender, por exemplo, como está a qualidade do mar e a saúde dos ambientes marítimos. “A gente avalia a condição de saúde desses indivíduos e então conseguimos entender quem são esses animais: qual a idade, qual o tamanho, o sexo, além de entendermos melhor sobre sua alimentação, por exemplo. Então, muitos dos dados que a gente tem hoje, vêm dos animais encontrados mortos ou debilitados aqui no nosso litoral”, diz Camila Domit.

O trabalho com as comunidades locais é relevante para beneficiar o bem-estar das criaturas nativas e garantir sua sobrevivência. Imagem: Laboratório de Ecologia e Conservação/UFPR

Além de realizar projetos que são evidentes à sociedade, os pesquisadores ainda contribuem para o desenvolvimento sustentável na reunião, propondo soluções para conflitos e atuando em ações que atendam carências sociais, por isso, há a necessidade de sempre acompanhar e educar os moradores para que cumpram o seu papel rumo a uma sociedade mais sustentável e que respeite a natureza. “O grande desafio ambiental que nós temos é a comunicação. É fazer com que o que está sendo gerado na ciência chegue à sociedade e aos tomadores de decisões. Eu acho que com o nosso trabalho a gente consegue sensibilizar as pessoas e mostrar que elas também têm que se envolver no processo de mudança, assim como, entender o estado um pouco caótico que a gente já se encontra em questões ambientais” diz a pesquisadora responsável pelo LEC.