Plantação de 600 mil mudas contribuirá com a preservação do solo da Orla de Matinhos


Por Redação Publicado 19/07/2023 às 10h01 Atualizado 18/02/2024 às 17h34

A vegetação de restinga em Matinhos receberá um reforço de 600 mil mudas nativas com o projeto de revitalização da orla da cidade, passando dos atuais 2,5 hectares para mais de 5 hectares de área total. O processo está em andamento há pouco mais de um ano e deve ser finalizado com a conclusão da obra, prevista para ocorrer no segundo semestre de 2024.

Até o momento, o Instituto Água e Terra (IAT), em parceria com o consórcio Sambaqui, grupo de empresas responsável pelo projeto após licitação pública, plantou mais de 287,7 mil mudas de diferentes espécies ao longo dos 6,3 quilômetros de faixa de areia, entre o Morro do Boi e o Balneário Flórida.

O investimento na recuperação e ampliação da flora na região é de R$ 268 mil, dentro do pacote completo de modernização da Orla de Matinhos, cujo orçamento é de R$ 314,9 milhões.

Por decisão judicial, parte da plantação foi embargada após pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Porém, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) está recorrendo da decisão.

Segundo o diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, José Luiz Scroccaro, a nova vegetação ajudará a preservar a vida útil da orla ao conter a erosão do solo causada pelos ventos do litoral.

Elas também incrementam na biodiversidade local, algo essencial para combater a presença de espécies exóticas invasoras, que inibem o desenvolvimento das espécies nativas”, acrescenta o diretor.

Espécies nativas

A área de restinga atual é de 2,5 hectares. Foto: IAT.

Entre as espécies estão a Blutaparon, Canavalia, Hydrocotyle e Ipomea, todas rasteiras, próprias para o crescimento nas dunas – vegetação retirada de outros pontos de restinga do litoral paranaense e depois transplantada para os locais indicados no planejamento.

Além disso, foram plantadas 800 mudas de Jerivá (Syagrus romanzoffiana) para arborizar a região e outras 8.100 mudas de Clusia (Clusia Fluminensis) – espécie que funciona como cerca-viva para delimitar e proteger a área de restinga e que serão retiradas em parte após a conclusão do projeto.

De acordo com José Luiz, quase metade da extensão que recebeu as mudas não possuia vegetação de restinga anteriormente. “Assim, a área de restinga está sendo ampliada em quase 25 mil metros quadrados”, destaca.

Vegetação nativa é lar para fauna do Litoral

É cada vez mais comum os canteiros com plantas nativas receberem visitas de aves como quero-quero (Vanellus chilensis) e corujas-buraqueiras (Athene cunicularia), que constroem ninhos nas plantas, o que não era comum antes da revitalização.

Os pássaros buscam a vegetação para se alimentar e proteger de predadores. Foto: IAT.

Por se tratar de área onde a vegetação ainda está se desenvolvendo, os animais que se instalaram nos locais ficam desprotegidos, especialmente pela exposição a predadores ou mesmo à população que frequenta os balneários. Por isso, esses locais estão sendo demarcados com placas informativas para auxiliar na proteção dessas novas espécies, que passarão a fazer parte do ecossistema da restinga.

*Com informações da AEN