Pontal do Paraná lança campanha de combate à violência contra a mulher


Por Flávia Barros Publicado 21/10/2022 às 08h21 Atualizado 17/02/2024 às 19h48

Mulheres unidas para mobilizar a sociedade sobre a importância de combater a violência de gênero. É com o intuito de romper um modelo em que a violência contra a mulher é, de certa forma – mesmo que completamente equivocada – aceita, que a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres de Pontal do Paraná, com apoio do Movimento Rosas de Pontal, fez uma mobilização para o início da campanha, nessa quinta-feira (20). Com o tema “Amor não machuca, acabe com a violência agora”, a ação contará com ampla divulgação e distribuição de adesivos no comércio e nas escolas da cidade.

MOBILIZAÇÃO

A Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres foi criada através da lei municipal nº 2.253, de 7 de dezembro de 2021. Composta pela coordenadora geral, vice-prefeita e secretária de Assistência Social, Patricia Millo Marcomini; secretária Ana Karoline Vieira da Costa; secretárias de Assistência Social, Kathia Salomão, de saúde, Georgia Stephanie Pereira dos Santos; de Segurança Pública, Divanir Miranda e de Educação, Luzia Cristina Ferreira Talarico; a coordenadoria se reúne mensalmente no Programa de Voluntariado Paranaense (Provopar), de Pontal do Paraná, onde debatem, principalmente, sobre a violência doméstica e a necessidade de articulação entre o poder público e a sociedade civil.

Já o Rosas de Pontal é um coletivo de mulheres que surgiu por meio de encontros das servidoras da Prefeitura de Pontal com o objetivo de apoiar e fortalecer a garantia dos direitos das mulheres, além de promover o empoderamento feminino.

ENGAJANDO A SOCIEDADE

A presidente do Provopar de Pontal do Paraná, Simone Rocha, comentou sobre a importância da campanha: “Além do encontro e da confraternização entre amigas que tivemos, o evento serviu também para o lançamento da campanha, que luta contra a violência direcionada às mulheres. Na ocasião foi explicado para as mulheres presentes sobre o trabalho realizado pela coordenadoria”, disse Simone.

A vice-prefeita e secretária de Assistência Social, Patricia Millo Marcomini, ressaltou como a campanha irá atuar. “A Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres tem realizado ações efetivas de combate à violência doméstica e a qualquer outro tipo de crime contra a mulher. A campanha que lançamos hoje será amplamente divulgada. O comércio local receberá nossos adesivos, que alertam o público feminino de como pedir ajuda quando precisar. Tudo pensando no bem-estar das mulheres pontalenses”, explicou.

Caso alguma mulher seja vítima ou alguém queira denunciar, basta ligar para a Central de atendimento à mulher, no telefone 180; Guarda Civil Municipal (GCM) (41) 3455.9630; Polícia Militar, 190; e Polícia Civil, no 197.

A VIOLÊNCIA EM NÚMEROS

Segundo a Prefeitura de Pontal do Paraná, até 31 de agosto deste ano, os crimes contra as mulheres tiveram a triste marca de 50 flagrantes, 100 boletins de ocorrência, 11 lesões corporais, 93 casos de ameaça, 361 atendimentos policiais e um feminicídio. A Patrulha Maria da Penha de Pontal do Paraná acompanha 116 casos de medidas protetivas.

Já os dados nacionais são ainda piores. De acordo com a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do governo federal, somente no primeiro semestre de 2022 foram registradas 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra mulheres.

E o Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que só no ano passado 1.340 mulheres foram assassinadas pelo simples motivo de serem mulheres. Ou seja, a cada sete horas uma mulher morre vítima de feminicídio no Brasil. O anuário também desenhou o perfil desses crimes e mostrou que quase 82% dos feminicídios são cometidos pelo companheiro ou ex-companheiro da vítima e que a presença de arma de fogo nas residências aumentou o risco da mulher ao ser atacada.

O levantamento ainda traz outros dados alarmantes: uma mulher é estuprada a cada 10 minutos no Brasil. Somente esse ano foram 56.098 registros de boletins de ocorrência de violência sexual contra mulheres, um aumento de 4% em relação ao ano passado.