Produtores de pupunha de Guaraqueçaba recebem capacitação técnica para expandir produção de palmito


Por Amanda Batista Publicado 05/07/2023 às 16h04 Atualizado 18/02/2024 às 15h55

Na terça-feira (4), os produtores da colônia de Tagaçaba, em Guaraqueçaba, receberam capacitação técnica sobre o cultivo e manejo da palmeira da pupunha no Espaço Cidadão, em Tagaçaba de Baixo. A segunda edição do evento é fruto da parceria entre a Prefeitura e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), que visa qualificar produtores e fomentar o cultivo da palmeira no município.

Durante a capacitação, foram abordados assuntos como a seleção de sementes e mudas, o manejo da touceira (uma moita com diversas mudas unidas entre si), a época ideal da colheita e o controle de pragas.

O técnico agrícola do IDR, Mário Rauli, foi um dos participantes do evento. Segundo ele, um dos principais pontos destacados na capacitação é a importância da seleção de mudas saudáveis.

Estamos mostrando que não se deve levar uma muda doente para campo porque o produtor vai trabalhar com ela por até 30 anos, e essa muda, além de não gerar um produto de qualidade, vai dar prejuízo na hora da venda do palmito”, diz o técnico.

Outro tema debatido na capacitação foi a adubação orgânica versus adubação química, que gera impacto na qualidade do palmito, é o que explica o chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura, Maurício Lunardon.

Aqui nós temos um plantio majoritariamente orgânico, mas vemos que alguns dos produtores começaram a utilizar adubo químico. Isso acontece por falta de conhecimento técnico sobre o cultivo da pupunha. Então, essa capacitação surge como uma alternativa para que eles preservem a qualidade da cultura”, ressalta Maurício.

Regiões de maior produção

De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Cassiano Ricardo Lopes, a produção da pupunha no município está concentrada em Tagaçaba e Batuva, regiões que receberam a capacitação coletiva justamente por possuírem maior área de cultivo. Apesar do destaque, o secretário conta que produtores rurais de diversas localidades de Guaraqueçaba possuem a palmeira em maior ou menor quantidade.

Temos muitos casos de agricultores que mudaram de vida com a pupunha, então estamos incentivando a plantarem porque isso vai agregar na renda familiar deles, e a expansão do plantio, junto ao título que pretendemos alcançar na Assembleia Legislativa, vai colocar Guaraqueçaba no mapa da produção nacional do palmito”, afirma o secretário.

Guaraqueçaba pode se tornar Capital Estadual da Pupunha

Com a maior produção de palmito no estado, a geração de renda transformou a pupunha em símbolo de fartura e identidade cultural para os produtores de Guaraqueçaba, que foram contemplados pelo Projeto de Lei nº 435/2023, que reconhece o município como a Capital Estadual da Pupunha.

O produtor rural Joel Reded é testemunha da prosperidade trazida pela venda do palmito. Em 2017, o agricultor plantou cerca de 8 mil mudas e deu o terreno como presente de casamento à filha. A iniciativa deu certo e, atualmente, a renda do casal vem da venda do palmito.

A pupunha está dando um bom retorno. Eu vi meu genro e minha filha crescerem na vida com a plantação e minha vizinhança também, daí no ano passado resolvi testar e plantar novamente. Hoje tenho cerca de 11 mil palmeiras, mas ainda são novas, não estão na época de corte”, diz o agricultor.

O PL foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) e na Comissão do Turismo na terça-feira (27). Agora, o projeto deve passar por uma nova comissão temática antes de ir à votação no plenário. A expectativa é que o PL seja aprovado antes do recesso da Casa, previsto para o dia 12 de julho.