Recicladores criticam tratamento da Secretaria de Meio Ambiente à Cooperativa


Por Redação JB Litoral Publicado 12/08/2016 às 12h51 Atualizado 14/02/2024 às 15h23

Cooperativa está há quase um ano atuando na Vila Santa Maria. Foto:JB

Recicladores e catadores de resíduos do Bairro Vila Santa Maria, em Paranaguá, reclamam de tratamento diferenciado por parte da Secretaria de Meio Ambiente em relação à Cooperativa Maranata, que alega a não retirada de produtos inservíveis bem como ausência do serviço de coleta seletiva.

A cooperativa, que atua há cerca de seis meses na localidade, possui aproximadamente 30 associados, que trabalham diariamente com a separação e reciclagem do lixo, atividade esta, que garante renda para as famílias do bairro, um dos mais carentes de Paranaguá.  

De acordo com o Presidente da Associação, Wesley Gonçalves, a Maranata, nos últimos meses, não recebeu a visita dos caminhões da empresa contratada para executar a retirada dos produtos inservíveis, ou seja, aqueles que não podem ser aproveitados e reutilizados para uso e comercialização. “Ficamos mais de 90 dias sem receber esse serviço. A companhia, embora tenha associados muito engajados, ainda é pequena e o material que ficou retido por aqui acabou ocupando muito espaço, gerou ainda mais mau cheiro e prejudicou o nosso trabalho. Na semana passada, após muita pressão, a Secretária de Meio Ambiente, Adriana Albini, solicitou que a empresa viesse e retirasse o lixo. Porém, isso não pode acontecer todos os meses. Será que sempre teremos que agir à base de pressão? Por que a Maranata é literalmente discriminada em relação às outras cooperativas?”, alega.

Wesley foi além e ainda destacou a ausência do serviço de coleta seletiva, que não é oferecido à associação. O serviço, que é item obrigatório na Política Nacional de Resíduos Sólidos, embora seja ofertado em Paranaguá, não atinge a cooperativa. Para o presidente, trata-se de mais uma espécie de retaliação. “O serviço de coleta seletiva, principalmente após o fechamento do lixão, é fundamental não só para a nossa cooperativa, mas sim para todos os que exercem essa atividade. Porém, o que estamos vendo é um afastamento. O caminhão até chega a vir ao bairro, porém somos os únicos que não somos contemplados. O que temos de coleta seletiva está relacionado a entidades parceiras e cidadãos comuns, que nos ajudam nesse sentido”, reclama.

A coleta seletiva, em tese, é o serviço de recolhimento dos materiais que são possíveis de serem reciclados, previamente separados na fonte geradora. Dentre estes materiais recicláveis podemos citar os diversos tipos de papéis, plásticos, metais e vidros. Sendo assim, a separação no lixo evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem.

A empresa que realiza o recolhimento deste tipo de material em toda a cidade e que, segundo o presidente da cooperativa Maranata, não está fazendo o recolhimento adequado no local, é a Paviservice Construção Civil Ltda. Segundo reportagem do JB, veiculada em janeiro deste ano, a empresa tem contrato com a Prefeitura de Paranaguá desde a gestão do Ex-prefeito José Baka Filho (PDT). Na última consulta, o valor do contrato com a atual administração municipal já ultrapassava o valor de R$ 4.530.000,00.

Nesta semana, o JB irá procurar a Secretaria de Meio Ambiente para que dê a sua versão sobre o assunto.