Incertezas na Estradinha podem afetar pagamento do Ato Trabalhista em caso de mudança de gestão


Por Marinna Prota Publicado 17/08/2021 às 16h50 Atualizado 16/02/2024 às 10h27
Estradinha

No início de agosto, a publicação de um chamamento público dos sócios do Rio Branco trouxe aos torcedores um ar de apreensão. Após muitas mudanças dentro do corpo administrativo, a diretoria segue sem divulgar muitas informações sobre o dia a dia ou o que vem ocorrendo dentro do processo extracampo. O JB Litoral tentou contato com o presidente do Leão da Estradinha, Emerson Oliveira, conhecido como Erminho, mas não obteve retorno.

Diante disso e de rumores que a convocação dos sócios para uma Assembleia Extraordinária, marcada para o dia 30 de agosto, seria para uma possível troca de diretoria, a reportagem buscou informações sobre a situação financeira da equipe, que há poucos meses conseguiu fechar o Ato Trabalhista, parcelando uma dívida de milhões em processos de ex-funcionários e ex-jogadores.

Marcio Suttile, advogado do Leão da Estradinha, explica situação atual do Ato Trabalhista

Márcio Suttile, advogado do Rio Branco, explicou que “o Ato Trabalhista está homologado de forma definitiva. O tribunal aceitou as condições que o clube propôs e o Rio Branco, por sua vez, conseguiu cumprir as obrigações que são inerentes ao deferimento do Ato. Quem é responsável pelo acordo é a instituição, a pessoa jurídica do Rio Branco, porque tratam-se de dívidas, inclusive, anteriores a esta administração, de quatro, cinco, seis anos que já estavam em execução”.

O Estádio Nelson Medrado Dias, a Estradinha, foi dado como garantia nesse processo e pode ir a leilão caso os valores das parcelas não sejam quitados. O Leão da Estradinha tem parcelas de R$ 20 mil, em 2021; de R$ 40 mil, em 2022; e R$ 60,4 mil, em 2023, que devem ser pagas todo o dia 20 do mês. O valor total, somado, chega aos R$1,7 milhão em ações judiciais.

Por conta da pandemia, a renda da venda dos ingressos não tem sido arrecadada e a venda de direitos de transmissão tem sido pequena, já que grandes veículos como a Globo não compraram todo o Campeonato Paranaense e não transmitem a Série D. Dessa forma, o clube tem mantido os valores em dia, mas, segundo o advogado, o dinheiro tem saído do bolso dos dirigentes, em algumas oportunidades.

“O Ato está em dia, todas as parcelas foram pagas até agora. Posso te afirmar, que por mais de uma ocasião a diretoria já teve que por dinheiro pessoal seu para cumprir não só o Ato Trabalhista, mas outras obrigações do clube, como folha de pagamento e, tudo isso, será devidamente comprovado e mostrado, se necessário for. O objetivo maior é que o Rio Branco se reerga, que ele consiga todos os benefícios de um clube que tem a sua parte financeira devidamente sanada e saneada”, ressaltou Suttile.

E se mudar a diretoria?

Apesar do Ato Trabalhista ter sido firmado pela diretoria da chapa de Erminho, mesmo se houver a mudança de integrantes na parte diretiva, a dívida continua ativa e o clube é o responsável por quitá-la. O advogado pontua que “o representante do clube só teria responsabilidade pelo Ato se houvesse alguma ilicitude no Ato, inclusive ele teria conseguido algo de forma ilegal, o que não ocorreu. Em caso de mudança de diretoria, os valores serão sempre dirigidos e cobrados do clube, da pessoa jurídica, pois eram dívidas antigas. A administração atual não fez novas dívidas