ABANDONADO E SUCATEADO


Por Redação JB Litoral Publicado 06/08/2015 às 13h00 Atualizado 14/02/2024 às 09h04

Uma reforma geral ao custo de R$ 833.741,74 que revitalizaria por completo o Complexo Esportivo Mário Lobo na Ilha dos Valadares até dezembro de 2014 se transformou em um flagrante desperdício do dinheiro público. Recentemente, o Governo do Estado liberou mais R$ 665.742,78 para concluir a obra. 

Abandonado e sucateado desde o final da curta gestão de Orlando Pessuti (PMDB) em 2010, desde sua inauguração, em 2007, o Complexo Esportivo ainda não teve explorado seu potencial de utilização pela comunidade insulana. Depois de passar uma gestão inteira sem nenhuma ação de reparo por parte do Governo do Estado, no dia 25 de agosto do ano passado foi iniciada uma revitalização que compreenderia a recuperação da quadra coberta, alambrados e a piscina, além de pequenos reparos. A iluminação externa seria restaurada, assim como a área da secretaria e vestiários. Seriam feitos ainda reparos na rede hidráulica e uma revisão na casa de máquinas da piscina. Entretanto, nada disto aconteceu. A reportagem do JB esteve no sábado (1) no Complexo, acompanhada da presidente da Associação de Moradores da Ilha dos Valadares (AMIV), Mirian Alaferdoglou, que mostrou o estado precário que se encontra a entidade. No local, foi constatado que um funcionário alagoano da empresa MRS Construtora – que receberá mais de R$ 660 mil para fazer uma nova reforma – natural de Maceió, está morando em um dos prédios públicos do Complexo. Ele contou que a obra foi paralisada por falta de pagamento em outubro de 2012, por conta da campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB). Nesta época, a empresa trabalhou no local de agosto a setembro. Todavia, no dia 2 de julho apenas ele voltou ao local e passou a morar no Complexo porque a obra terá continuidade.

Problemas

De acordo com a presidente da AMIV, um dos maiores problemas no Complexo é a erosão no terreno e o vandalismo cometido no prédio, porém, a paralisação da obra também acarretou em diversos prejuízos. Foi possível constatar que o teto da quadra foi retirado, parte do muro que dá acesso ao Mar de Lá foi quebrado e duas grandes valas foram abertas por conta da erosão. Materiais do Complexo estão jogados no chão, assim como material de construção e até mesmo a caixa de massa está abandonada. A piscina está vazia e suja, existem diversas janelas com vidros quebrados e os acessórios da piscina estão jogados em um dos cantos, assim como uma mesa de pingue pongue quebrada. O denso matagal cobre parte do espaço e restos do alambrado podem ser vistos em diversos lugares. As bocas de lobo estão sem tampa e os portões originais foram substituídos por outros improvisados. De acordo com o funcionário da MRS, a obra será retomada a partir desta semana e deve ser concluída em 120 dias para uso dos moradores.