Ademadan denuncia calote da Copel para o MPPR e Câmara


Por Redação JB Litoral Publicado 18/06/2015 às 13h32 Atualizado 14/02/2024 às 08h14

Uma necessária parceria nascida como medida compensatória, em razão dos danos ambientais resultantes de mais de 20 anos da ativação da Usina Governador Parigot de Souza vai chegar ao fim no próximo mês. A direção da Copel determinou o total esvaziamento do Horto Florestal, quer na mão de obra, como também nas obras realizadas de construção do horto e de todas as mudas florestais existentes.

É a denúncia que a Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (Ademadan) levou ao promotor de justiça do Ministério Público do Paraná (MPPR), Rafael Carvalho Polli, através do ofício 34/2015 neste mês.
Preocupada com esta situação, a Ademadan levou a denúncia e o encaminhamento ao MPPR para conhecimento da presidente da Câmara Municipal de Antonina, Marigel Alves Machado (PSC), que pretende usar suas atribuições e o apoio dos demais vereadores para buscar uma solução ao impasse.

No ofício, que é assinado pela presidente da Ademadan, Sabrina Giovanelli Carvalho e pela Coordenadora Técnica Científica da entidade, Dra. Eliane Bee Boldrini, elas pedem a urgência na busca de uma solução, em razão do fato de que a usina será licitada em setembro e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANNEL) não pode ignorar o passivo ambiental da fábrica nas condicionantes da licitação.

“É absurda a falta de compromisso socioambiental da Copel com Antonina depois de tantos anos lucrando com a referida Usina”, consta no documento.

O ofício também foi encaminhado para o prefeito João Ubirajara Lopes (PSC), o João Domero, além do MPPR e Câmara Municipal, para que a “classe política do município e representantes da população fiquem cientes do calote que a Copel está dando em Antonina”, alerta a Ademadan.

A consequência

Segundo a Ademadan, esta medida impacta diretamente a parceria da Copel com a entidade que não mais terá a produção de mudas para recuperação florestal, instalação de Sistemas Agroflorestais, assim como para as atividades de reocupação de APP’s pelo impacto da vazão turbinada da Usina Parigot de Souza.
A ordem de suspensão total das atividades do Horto Florestal da Usina Parigot de Souza, segundo Ademadan, também interrompe a parceria de mão de obra da equipe de Mata Ciliar da Copel nas atividades de recuperação das APP’s nas propriedades impactadas pela vazão turbinada, que eram planejadas e georreferenciadas pela Ademadan. Também termina a participação da Copel em atividades de educação ambiental com as crianças da região.