Polêmica sobre local no Aeroparque poderá levar obra para outra cidade


Por Redação JB Litoral Publicado 23/01/2018 às 13h28 Atualizado 15/02/2024 às 00h58

Surpreendidos com o estaqueamento da obra da futura Delegacia Cidadã, em uma área usada para lazer dos moradores da região, reacendeu a polêmica pelo local, com autoridades, organizações de defesa da sociedade e moradores do entorno, se mobilizando para que seja cumprido o que consta no edital, que é a construção ao lado do quartel do 9º Batalhão de Polícia Militar (9ºBPM) em Paranaguá.

Paralelo a esta discussão, rumores dão conta de que a discussão sobre onde será a obra, poderá resultar na transferência dos recursos para outra cidade do Paraná.

A Delegacia Cidadã receberá investimento de R$ 5,2 milhões e o prazo para a entrega é de oito meses. A unidade será construída no Aeroparque, área em torno do aeroporto do município, que já conta com outros serviços do Governo do Estado.

Segundo o Governador Beto Richa (PSDB), a Delegacia Cidadã constitui uma mudança de conceito no atendimento da Polícia Civil, com espaços separados para atender vítimas e agressores ou suspeitos, além de ambientes isolados para atender adolescentes, mulheres e idosos. A unidade não possui carceragens, tendo apenas uma cela, pequena, para custódia provisória de presos, que ficarão no local enquanto for necessário colher os depoimentos para o inquérito policial.

Prefeito e vereadores participaram da cerimônia de autorização para construção da obra
Foto: Arnaldo Alves/ANPr

Mesmo com todas estas informações, após a descoberta da alteração do local, desde o dia 12 deste mês, os moradores estão fazendo reuniões e ganharam o apoio do Prefeito Marcelo Elias Roque (PODEMOS), alguns vereadores, como Adriano Ramos (PHS), Jaime Ferreira dos Santos (PSD) e Nilo Ribeiro Monteiro (PP), além do Observatório Social de Paranaguá (OSP). O prefeito chegou a requerer ao Governador Beto Richa a interrupção da obra, por ela não respeitar o edital de licitação e estar sendo levantada em outro local do Aeroparque. Para o empresário, Reilly Algodoal, que está apoiando o movimento, esta situação comprova o crime de falsidade ideológica. Ele levou a situação para o Ministério Púbico do Paraná (MPPR) pedindo a suspensão da obra para que seja analisada a questão do Impacto de Vizinhança.

Início das manifestações de moradores, autoridades e formadores de opinião

Estudo de Impacto de Vizinhança

Afora o fato de se apropriar de áreas utilizadas como lazer pela população de Paranaguá, os moradores lembram que o novo local da obra não possui Estudo de Impacto da Vizinhança (EIV), mas a área do 9º BPM tem, e que por isto haviam concordado com a obra ao lado do quartel. O EIV analisa os impactos referentes à qualidade de vida urbana na vizinhança do empreendimento.

Local é usado para ações sociais dos moradores da região

Residente diante do local onde se propõe construir a obra, a servidora pública Dulce Mara Nunhez Dias chegou a enviar uma carta ao governador, alertando-o sobre esta situação e a mobilização que gerou mais de 4.000 assinaturas contrárias à construção da obra naquela área. “Seja moderna ou não, parece não ter muito sentido que um parque, ou melhor, que o único local de lazer que esta cidade possui seja destruído para dar lugar a uma delegacia. Vossa Excelência mora em cidade privilegiada, com inúmeras áreas de lazer. Não destrua a única que possuímos. Reveja esta questão, por favor”, apelou a servidora.

Local também é usado para prática de esporte