Ambiente aconchegante é fundamental, afirma Diretora do Lar das Meninas


Por Redação JB Litoral Publicado 01/07/2016 às 21h50 Atualizado 14/02/2024 às 14h16

Marcia; o principal objetivo é reintegrar a criança com a família. Foto: JB

Apesar do anúncio da realocação das crianças e adolescentes residentes no Lar das Meninas, em um acordo que envolveu a Prefeitura de Paranaguá, o Ministério Público do Paraná (MPPR) e a Empresa Klabin S/A, o atendimento, até a conclusão do novo espaço, continua sendo realizado no Complexo da Solidariedade Aníbal Roque, no Emboguaçu, em Paranaguá.

Com uma equipe formada por educadores sociais, auxiliar de serviços gerais, assistentes sociais, psicólogas e pedagogas, o espaço abriga meninos entre zero e cinco anos e meninas de zero a 18 anos que estão em situação de vulnerabilidade social e que foram encaminhados por meio do Conselho Tutelar e da Vara da Infância e Adolescência.

Para a Diretora de Proteção Especial das Casas Lares de Paranaguá, Márcia Gonçalves da Costa, o local oferece todas as condições para o desenvolvimento pleno dos seus moradores. “Assim que recebemos as crianças, oferecemos os primeiros atendimentos e proporcionamos uma calorosa acolhida, até porque os motivos que as trazem aqui, na maioria das vezes, são traumáticos e, por isso, procuramos minimizar todo e qualquer tipo de constrangimento e dor. Após a recepção, a criança já é automaticamente amparada por nossa equipe, que oferece atendimento psicológico e acompanhamento no contexto escolar e social”, afirma.

Atualmente, o Lar atende cinco meninos e seis meninas. Porém, o número pode oscilar constantemente, já que há alternância na entrada e saída de crianças. De acordo com a diretora, o objetivo do trabalho no local é promover a reintegração do menor no seio da família, sendo a adoção a última alternativa a ser oferecida. “A ideia sempre é fazer com que a criança volte para a família. Por isso existem alguns casos que são transitórios. E, a partir do momento em que eles ficam aqui, o ambiente é preparado para estar mais familiar possível, para não gerar traumas. Por isso há todo esse acompanhamento em torno das crianças, sem contar também que há atividades paralelas, como por exemplo, idas a eventos culturais, igrejas, praças, cinema e práticas esportivas”, destaca.

Programa de Apadrinhamento Afetivo

Além do ambiente “aconchegante”, como a própria diretora gosta de salientar, o abrigo também tem um programa intitulado Apadrinhamento Afetivo. Segundo Márcia, a ideia do projeto é tentar oferecer vínculos de afeto com as crianças. “Esse projeto consiste na possibilidade de uma pessoa, que não necessariamente necessita ter parentesco com o abrigado, ser padrinho de uma criança. Mediante autorização e comprovação de idoneidade, ele poderá levar a criança para sua casa para que fique um final de semana, poderá levar ao cinema, ao shopping e fazer outras atividades, sem que para isso, tenha qualquer tipo de obrigação financeira (hospitalar, odontológica e despesas em geral) para com o seu afilhado. Na verdade, esse é um mecanismo de estabelecimento de afeto”, explica.

Com estrutura ampla e com espaços como videoteca, sala pedagógica, parquinho e brinquedoteca, o Lar das Meninas funciona em sistema de rodízio de profissionais, que mediante os seus respectivos turnos, promovem atendimento integral aos abrigados.