Após denúncias, CEM da UFPR muda protocolo para descarte de animais


Por Redação JB Litoral Publicado 16/10/2016 às 14h32 Atualizado 14/02/2024 às 16h39

Vídeo repercutiu nas redes sociais mostrando enterro na praia de animais marinhos.Foto Reprodução Facebook

No último mês, denúncias em vídeos de moradores do litoral sobre enterro irregular de carcaça de animais pelo Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fizeram com que, recentemente, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), ao lado do próprio CEM, Ibama, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Ministério do Meio Ambiente se posicionassem oficialmente sobre o caso. A partir de agora, as instituições em questão estão trabalhando juntas para elaboração de um novo protocolo de descarte de animais marinhos mortos, algo que é feito, atualmente, por meio de incineração realizada por uma empresa contratada emergencialmente.

Um dos vídeos-denúncia, publicado no facebook pelo usuário “Louricis Francis”, no qual é demonstrado o enterro irregular de animais marinhos em uma cova aparentemente rasa na própria praia. Ainda de acordo com as denúncias, alguns animais enterrados na areia teriam sido necropsiados, ou seja, forma realizados exames para apurar a causa da morte, e isto, segundo os denunciantes, é algo que reforçaria a necessidade de uma destinação diferente aos espécimes.

É válido ressaltar que o Laboratório de Ecologia e Conservação do CEM é responsável pelo recolhimento dos animais, conforme estabelece o Programa de Monitoramento de Praias. As denúncias na internet ocasionaram uma nota assinada pelo CEM, IAP e outras instituições, que ressalta a realização de um novo protocolo conjunto que está sendo estudado para o descarte de animais marinhos mortos.

Com relação às denúncias, as instituições ambientais destacam que, no dia 30 de setembro, “técnicos dos órgãos de fiscalização ambiental (SEMA/IAP e Ibama) vistoriaram o Laboratório de Ecologia e Conservação do CEM/UFPR, o qual coordena o Programa de Monitoramento de Praias desenvolvido pelo CEM. O Programa Monitoramento de Praia conta com autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio) para atividades científicas (nº 43443-1), Licença Permanente para Coleta de Material Zoológico (nº 45426-1) e a autorização do IBAMA (nº 640/2015) que permite o monitoramento, recolhimento e estudos dos animais marinhos encontrados em todas as praias do litoral paranaense”, explica.

 

IAP autuou o CEM

 

Segundo a nota, o IAP autuou o CEM pela forma com que estava enterrando as carcaças, contratando de forma emergencial um aditivo de “coleta especializada para incineração de material biológico até que o órgão ambiental estadual emita uma autorização para a continuidade da atividade, estabelecendo critérios e normas específicas, garantindo a sanidade das praias e o devido retorno do material para seu ciclo biológico”, explica.

“Em paralelo a esta atividade está sendo coordenado pela SEMA-PR o Programa Estadual de Atendimento a Encalhe, que formalizará, entre outras ações, um protocolo para descarte de animais marinhos mortos. Antes da autuação do IAP, as carcaças dos animais marinhos encontrados mortos e que, após avaliação realizada por profissional habilitado, não apresentavam qualquer suspeita de doença ou zoonose eram enterradas na praia, em áreas fora de circulação de pessoas, evitando serem depositadas em aterros”, informa o IAP.

Ainda segundo o Instituto e as outras entidades, resíduos gerados por atividades de pesquisa e monitoramento, são destinados à coleta especializada contratada pela própria UFPR.  “Demais resíduos gerados pelas atividades de pesquisa e monitoramento, como materiais usados durante os estudos e análises são todos destinados para coleta especializada contratada pela UFPR. As carcaças de animais que receberam algum tipo de tratamento clínico ou tiveram suspeita de alterações patológicas na condição de saúde também são coletadas e destinadas pela empresa especializada para incineração, sendo a empresa devidamente licenciada e contratada pela Universidade”, completa.

 

 

Fonte: Com informações e foto do Correio do Litoral.