Após polêmica política, Pastor Darci Borba assume a AMEP
Entidade que reúne ministros evangélicos de importantes denominações e, por diversas gestões, sua direção esteve ligada à diferentes administrações municipais, a Associação dos Ministros Evangélicos de Paranaguá (AMEP), compôs nova diretoria neste mês, com a posse de Bispo Darci Borba, 1º suplente de vereador do PSC, que assumiu o cargo em 2017 por 30 dias em Paranaguá.
A mudança ocorre após a polêmica deflagrada em julho do ano passado, após o pronunciamento na Câmara Municipal, do Pastor Irineu José da Cruz Alves, da Igreja Chama do Avivamento e presidente da AMEP, sobre a posição da entidade em relação à Marcha para Jesus.
O que seria a segunda sessão ordinária para discussão e aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) se tornou numa contenda, depois do Pastor Irineu assegurar que a AMEP era contra a organização da Marcha pela prefeitura municipal.
O pivô do embate se deu por causa da contratação do cantor evangélico André Valadão para o dia da Marcha, alegando que ela não teve aprovação da Diretoria para estar vinculado ao evento. O Pastor chegou afirmar que a entidade não participaria do show do cantor André Valadão e não dividiriam o espaço com ele no dia da Marcha para Jesus. “Nós tivemos uma orientação de Deus e entendemos que o governo humano não pode legislar sobre coisas santas”, justificou o presidente na época.
Falta de transparência
O pastor argumentou que a decisão também se devia a falta de transparência dos contratantes e de alguns fiscais da Câmara Municipal, fazendo referencia aos vereadores, entre eles a bancada evangélica, por se negarem informar a população o tipo de parceria adotada entre o Poder Executivo e a iniciativa privada que culminaram na realização do evento. “As decisões por parte do executivo em relação à Marcha para Jesus de 2017 foram tomadas a revelia da AMEP. Por isso há esta disparidade e este conflito de ideias”, disparou na Tribuna.
Recursos para AMEP
Após criticar duramente a interferência da prefeitura no evento do ano passado, na semana seguinte o pastor Irineu posou para foto com o Prefeito Marcelo Elias Roque (PODEMOS), o Vice-prefeito Arnaldo de Sá Maranhão Junior (PSB), ao lado do então secretário da AMEP, Apóstolo Emerson Casburgo e do Pastor Carlão, ex-presidente da entidade.
Dois dias após este registro e depois de garantir que a Associação não recebia recursos para realizar a Marcha para Jesus, foi aprovado um requerimento do Vereador Jozias de Oliveira Ramos (PDT), pedindo informação sobre repasse de verbas à AMEP, para a realização do evento de 2013 a 2016.
De acordo com o vereador, a prefeitura sempre ajudou a entidade na realização da Marcha para Jesus, através das extintas Fundações de Cultura (FUMCUL) e Turismo (FUMTUR). Ele disse na época que na gestão do prefeito José Baka Filho (PDT), foi repassado muitos recursos e que, ele mesmo, levou o pastor Emerson Casburgo na prefeitura pedir recursos para o prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB) na gestão passada. Falou ainda que até o vereador Benedito Nagel (PSD), que integra a bancada evangélica, também o levou até Kersten. “Pedi para ver quem está mentindo”, disparou o vereador.
Posse na 1ª IEQ
Passada toda essa confusão, a nova diretoria da AMEP, realizada nas dependências da 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular, contou com a presença dos vereadores da base de apoio ao prefeito Marcelo Roque, que fazem parte da bancada evangélica, Benedito Nagel (PSD) e Adilson Soares Zela (PPL), o Tucano e dos secretários municipais, João Carlos da Silva (Segurança) e Levi de Andrade (Assistência Social). Os vereadores independentes que também integram a bancada evangélica, Adriano Ramos (PHS) e Jaime da Saúde (PSD), também prestigiaram a posse, juntamente com o ex-vereador Adalberto Araújo (PHS), mas não compuseram a mesa de trabalho da solenidade.