Appa gastou R$ 14 milhões em consultorias e projetos: R$ 11 milhões só no ano eleitoral


Por Redação JB Litoral Publicado 09/09/2015 às 08h00 Atualizado 14/02/2024 às 09h33

São projetos que vão desde o novo sistema de climatização do Palácio Taguaré até alguns de difícil entendimento, como o “projeto conceitual global com todas as premissas, especificações técnicas e orçamentos do setor leste”.

Em quase cinco anos da gestão do governador Beto Richa (PSDB), a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) já contratou empresas para prestação de consultoria e outras para elaboração dos mais diversos projetos para a estatal que, somados até este ano, totalizam exatos R$ 14.551.673,73 e, o que chama atenção é que, em 2014, ano da reeleição do governador, apenas seis projetos custaram aos cofres públicos R$ 11.223.885,58, ou seja, 77,13% do total gasto desde 2011.

A reportagem do JB fez um levantamento no Portal da Transparência do Governo do Paraná e constatou que, na área de consultoria, foram feitas três contratações que somaram um total de R$ 1.111.836,49. Logo no primeiro ano, em 2011, a Dzeta Engenharia firmou contrato no valor de R$ 140.514,49 para realização de consultoria técnica para elaboração do programa de arrendamento de áreas e instalações portuárias do porto Dom Pedro II. No ano seguinte, foi a vez da empresa Insystech Tecnologia de Dados faturar R$ 73.980,00 para efetuar diagnóstico de modelo de tecnologia, de procedimentos e sistemas informatizados implantados nos portos de Paranaguá e Antonina.

A última contratação na área de consultoria ocorreu este ano, através da empresa Ernst & Young Terco Assessoria Empresarial, num contrato de R$ 897.342,00 para implantação e elaboração do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS).

Projetos de todos os tipos

Na área de desenvolvimento de projetos, a Appa já firmou contrato com 21 empresas. São projetos para todos os tipos de ações nos portos de Paranaguá e Antonina, que vão desde a efetuação de diagnóstico de modelo de tecnologia, de procedimentos e sistemas informatizados até o novo sistema de climatização da sede da Appa. Alguns são difíceis de decifrar, como o “projeto conceitual global com todas as premissas, especificações técnicas e orçamentos do setor leste” e para “efetuar diagnóstico de modelo de tecnologia, de procedimentos e sistemas informatizados implantados nos portos”. Entretanto, ambos têm custos bastante elevados: o primeiro no valor de R$ 150.048,38, da empresa Geplarc Arquitetura e o segundo no valor de R$ 73.980,00, da empresa Insystech Tecnologia de Dados.

Todos os 21 contratos firmando de 2011 a 2015, somados, chegam ao valor de R$ 13.439.837,24. Todavia, somente no ano eleitoral de 2014, quando Beto Richa foi reeleito no primeiro turno, a Appa gastou R$ 11.223.885,58 em seis projetos, o equivalente a 83,51% de tudo o que foi contratado em quase cinco anos no porto. Em 2011 foram contratadas duas empresas que somaram R$ 537.387,11, em 2012 foram sete empresas que somaram R$ 630.820,55, em 2013, foram três empresas que totalizaram R$ 150.402,00, em 2014 foram seis empresas que somaram R$ 11.223.885,58 e, até o momento, em 2015, foram contratadas três empresas que totalizaram R$ 1.983.362,02.