Aqui jaz o armazém da Sadia


Por Cristian César de Oliveira Publicado 22/11/2017 às 21h30 Atualizado 19/02/2024 às 18h11

O ano de 2007 parecia ser o início de um longo período de produtividade para a Sadia Paranaguá, por ocasião da inauguração do novo e moderno armazém que triplicaria a exportação de carga frigorificada. Grande parte dos produtos exportados pela empresa seguia para mais de 60 países da América Latina, Europa, Ásia e Oriente Médio, a maioria deles produzida no Estado do Paraná. Investimentos na ordem de R$ 19 milhões foram recursos que, segundo o Diretor de Relações Institucionais da empresa, Felipe Luz, só aconteceu porque o Porto de Paranaguá apresentava condições para receber tal aporte.

“Com este novo armazém teremos condições de atender a qualquer navio e ganharemos em produtividade porque passaremos a operar também com contêineres. Atuamos neste terminal portuário porque percebemos a grandeza do Porto de Paranaguá”, declarava Luz na data da inauguração em 16 de maio de 2007. A data festiva contou com a presença de autoridades, funcionários e convidados. Para atender às expectativas, trabalhadores foram treinados em fainas específicas pelo OGMO o qual, por sua vez, ampliou a compra de EPIs e vestimentas frigorificadas para fornecer aos TPAS na movimentação da carga congelada.

No entanto, o que deveria ser uma festa se tornou em enorme decepção. Decorridos apenas três anos de sua inauguração, o terminal da Sadia curiosamente encerrou as operações. A partir de então o moderno armazém desligou seus motores tornando-se moradia para pombos, ratos e insetos. Após dez anos da inauguração, a APPA iniciou a demolição do armazém. Primeiramente construtores removeram o telhado, em seguida foram os painéis isotérmicos (foto abaixo) e, aos poucos, o local com capacidade para estocar 8,5 mil toneladas vai desaparecendo. Ainda restam poucos armazéns na faixa portuária, mas a tendência é de que, também, sejam demolidos para dar mais espaço para a operação portuária.