Câmara de Matinhos recebe evento em alusão ao Dia Internacional da Higiene Menstrual


Por Luiza Rampelotti Publicado 24/05/2022 às 02h03 Atualizado 17/02/2024 às 09h10

Nesta sexta-feira (27), das 10h às 11h30, a Câmara Municipal de Matinhos (rua Albano Mueller, nº 48) recebe o evento de comemoração ao Dia Internacional da Higiene Menstrual. Serão realizadas palestras sobre educação menstrual e bate papo relacionado à higiene e cuidados com a saúde íntima com alunos da rede estadual, municipal e privada de ensino. 

Os organizadores do encontro são o Coletivo Roda D’Água e Rede Sorella, movimentos que lutam pelos direitos das mulheres no Litoral. De acordo com Daniele Silva, vice-presidente do coletivo, o objetivo é propor um espaço educativo, informativo e interativo de trocas de saberes com relação à higiene menstrual. 

Nosso público alvo convidado para o evento são os alunos da rede pública de educação estadual e do 5º ano da rede municipal e privada“, explica. 

Pobreza menstrual

Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre pobreza menstrual, que se define pela falta de recursos básicos (absorventes ou coletores menstruais, sabonetes, água, papel higiênico, etc.), infraestrutura adequada (banheiros seguros e bem conservados, saneamento básico, coleta de lixo) e conhecimento (quebra de tabus e preconceitos sobre o tema) para que pessoas que menstruam tenham plena capacidade de cuidar de sua menstruação.

Questionada a respeito de informações sobre o tema no Litoral, Daniele afirma que o Coletivo Roda D’Água está trabalhando na realização de um levantamento que determine a realidade da população litorânea no que diz respeito à pobreza menstrual. “Porém, a partir de registros das nossas ações anteriores, é evidente a necessidade. Podemos observar os dados da educação, que já nos dão pano para manga e muito a evidenciar se observarmos o número maior de evasão escolar, de meninas e mulheres em idade menstrual, e a dificuldade de frequentar a escola quando estão menstruando por não participar do orçamento doméstico e sem condições de adquirir insumos para gestão da higiene menstrual“, informa. 

Ela destaca que, desde 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) já afirmam sobre o impacto da pobreza menstrual na vida de meninas em idade escolar. “E com a pandemia não temos dúvida de que essas dificuldades aumentam“, conclui Daniele.