Caso Evandro: Após áudios de tortura, defesa pede revisão das sentenças; JB conversou com Beatriz Abagge


Por Publicado 07/12/2021 às 18h09 Atualizado 16/02/2024 às 21h00
caso evandro

O Caso Evandro segue repercutindo em todo o Brasil após a série documental que trouxe detalhes dos fatos que ocorreram no início da década de 90 na cidade de Guaratuba e que gerou grande comoção à época.

Ao fim dos episódios, disponíveis no Globoplay, áudios inéditos são apresentados. As gravações comprovariam que houve confissão do homicídio de Evandro Ramos Caetano por tortura realizada pelas forças policiais. Os acusados já denunciavam o fato desde o início das investigações, mas a justiça nunca considerou como concreta as alegações.

Nesta semana, a defesa de Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro protocolou um pedido de revisão criminal das condenações dos três. No documento, os advogados trazem a comprovação pericial de que as gravações são verdadeiras e que confirmam torturas.

Apesar de estarem em liberdade, Beatriz foi condenada a 21 anos de prisão, já Osvaldo Marcineiro e Davi dos Santos Soares foram condenados a 20 e 18 anos, respectivamente.

Beatriz Abagge fala sobre processo

Uma das condenadas no caso Evandro, Beatriz Abagge luta por justiça após a comprovação de torturas. Foto: Reprodução/ Redes Sociais.

O JB Litoral procurou Beatriz Abagge para comentar o pedido de anulação da sentença. A filha do ex-prefeito da cidade do Cristo diz que deseja que está com boas expectativa para a resolução do caso histórico. “Nós gostaríamos que a verdade seja estabelecida e que seja declarada a nossa inocência. Essa é a nossa expectativa diante dessa revisão criminal”, diz.

O caso que ganhou conotações de filme de terror no noticiário nacional, também criou um termo pejorativo e muito reproduzido à época: mãe e filha ficaram conhecidas como “Bruxas de Guaratuba“. “Não é possível que durante 30 anos as pessoas imaginem que exista um ritual de magia negra com crianças, especialmente nós, pessoas que trabalharam com crianças”, comenta.

Beatriz também ressalta que vê como positiva toda a nova repercussão do caso, já que a história foi desmistificada. “Tenho certeza que o tribunal não vai se omitir diante dessas fitas. As perícias foram muito bem realizadas por peritos competentes. Inclusive, um deles fez uma perícia para o Ministério Público (MP), então eu acredito que essa revisão criminal seja realizada e então restabelecida a nossa inocência“, conclui.