Caso Swiss Leaks do HSBC envolve empresa com sede em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 25/12/2015 às 11h17 Atualizado 14/02/2024 às 11h32

Um dos maiores escândalos financeiros dos últimos anos, denominado como “Swissleaks”, que trata de uma série de documentos divulgados da filial suíça do banco HSBC, onde mais de 120 mil clientes do mundo todo esconderam cerca de 180,6 mil milhões de euros das autoridades fiscais, marcou o país em 2015.

Entre 126 brasileiros detectados inicialmente que supostamente teriam escondido dinheiro no banco suíço, estaria o presidente do Grupo Fertipar, que possui sede em Paranaguá, Alceu Elias Feldmann.
O caso inclusive foi investigado por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal formada em abril que, apesar do avanço dos trabalhos, foi encerrada no último dia 1°, por falta de acesso a dados, dificultado pelas autoridades estrangeiras aos parlamentares brasileiros.

O caso repercutiu mundialmente através do cidadão franco-italiano com domicílio na França, Hervé Falciani, de 43 anos, que foi o grande responsável pela divulgação do escândalo designado “Swissleaks”. A denúncia mundial teve desdobramento no Brasil, através do Senado Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, que informou à CPI do HSBC em julho que 50 de 126 brasileiros ligados a contas secretas do banco suíço teriam realizado movimentações financeiras com “indícios de ilícitos” nos últimos anos. As movimentações, porém, não estariam necessariamente somente ligadas ao caso HSBC.

Como funciona a apuração

Ao todo, entre os 50 nomes pesquisados pela Coaf onde constam transações financeiras suspeitas, estariam presentes o presidente da Fertipar, entre doleiros, um banqueiro do jogo do bicho, um apresentador de TV, empresários e ex-auditores fiscais. O Conselho recebe cerca de cinco mil comunicados de instituições financeiras sobre transações de alto valor, saques e depósitos em dinheiro vivo superiores a R$ 100 mil, assim como movimentações consideradas atípicas ou em desacordo com o histórico dos clientes, sendo que a maior parte desses comunicados não revela transações suspeitas, mas algumas acabam caindo no pente-fino e são analisadas por técnicos do conselho. Entre os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) feitos pelo Conselho, Alceu Elias Feldmann, presidente do Grupo Fertipar, uma das maiores produtoras de fertilizantes do Brasil com sede no município. Segundo o que a Coaf divulgou ao jornal O Globo em abril, foram recebidos cerca de nove relatórios de indícios de ilícitos relativos às transações de Feldmann. O mais recente seria de 27 de junho de 2014, que foi remetido à Polícia Federal que investiga o caso. Na época, o jornal contatou Feldmann, que respondeu dizendo que não comentaria o caso.

 

 

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