Centro da Juventude continua inacabado e servindo de “mocó”


Por Redação JB Litoral Publicado 11/03/2015 às 14h00 Atualizado 14/02/2024 às 06h28

Já são quase quatro anos de obra paralisada e de reclamações dos vizinhos do Centro da Juventude, em Paranaguá. O que era para ser um espaço para os jovens que teriam um novo ponto de entretenimento, profissionalização, esporte e cultura, atualmente é utilizando como “mocó” para usuários de drogas e moradores de rua. A estrutura de dois mil metros quadrados, de responsabilidade do Governo do Estado, está inacabada e abandonada.

O Centro da Juventude foi viabilizado com recursos do Tesouro do Estado, através do Fundo da Infância e da Adolescência. A obra foi iniciada em junho de 2010, porém foi paralisada em maio de 2011. A partir daí, começou o transtorno na vida dos moradores da região. Os portões sumiram, paredes estão quebradas e pichadas, banheiros sujos e com vários preservativos no chão. De acordo com a Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social (Seds) o acordo entre governo e prefeitura para execução da obra foi firmado em R$ 2,63 milhões, que seriam repassados ao município, o qual seria responsável por pagar a empresa vencedora da licitação. Porém, houve um impasse entre a prefeitura de Paranaguá e a empreiteira. Aproximadamente R$ 580 mil foram repassados à empresa, que concluiu apenas 24 % da obra. Segundo a Seds, para retomar as obras, o município precisa apresentar certidões negativas de dívidas com o Governo do Estado, para avaliar se serão necessários novos investimentos.

Moradores

Uma mulher de 53 anos, moradora do local, que prefere não ser identificada, relatou que as “festinhas” continuam. “Já roubaram tudo o que tinha e hoje só tem festa lá dentro. É um entra e sai de meninos e meninas aparentemente menores de idade”, relata. Segundo os moradores, com a volta das aulas, o local será mais frequentado pela falta de segurança. “Tinha alunos do colégio que usavam drogas dentro disso. Eles gazeavam aulas e ficavam ali. Tudo vai voltar, pois ninguém faz nada, não tem segurança. Não tem como controlar”, ressalta.

Entenda o caso

Conforme o projeto inicial, o terreno de aproximadamente sete mil metros quadrados para a construção do prédio foi doado pela Prefeitura de Paranaguá. O espaço contaria com quadra poliesportiva, centro administrativo para qualificação profissional, anfiteatro e piscina. O Centro da Juventude era para atender até mil adolescentes entre 12 e 18 anos de idade. Em 2009, cada Centro da Juventude custaria R$ 2,3 milhões, incluindo os gastos com equipamentos. Hoje, o valor médio já chegou a R$ 2,5 milhões. As cidades de Irati e Prudentópolis tiveram as obras paralisadas e retomadas recentemente. Além de Paranaguá, Guarapuava e Londrina vão sofrer mudanças na forma de execução das obras, que serão retomadas no decorrer deste ano sob responsabilidade do governo estadual, através da Paraná Edificações, segundo a Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social (Seds).