Com ritmo de crescimento em alta desde o primeiro semestre, números positivos continuam animando portos do Paraná


Por Flávia Barros Publicado 18/09/2023 às 15h14 Atualizado 18/02/2024 às 23h47
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Ele é porta de entrada e saída de um grande leque de mercadorias. Muita gente ainda associa o porto de Paranaguá como o responsável por escoar grãos, mas a diversidade de produtos que entram e saem vai bem além: fertilizantes, líquidos, automóveis – desde os de luxo às máquinas usadas na lavoura –, madeira, papel, sal, açúcar, entre outros. E 2023 tem tudo para ser histórico para os portos do Paraná, que acumulam recordes e seguem em perspectiva de crescimento.

Paranaguá se superou no primeiro semestre, com o maior índice de exportações dos últimos 50 anos. Na quarta-feira (13) foi a vez da Portos do Paraná divulgar o balanço até o fechamento do mês de agosto, com mais de 42 milhões de toneladas movimentadas, contabilizando embarques e desembarques. O montante aponta crescimento acumulado de 6% em 2023.

As estrelas


Entre os destaques de janeiro a agosto, em exportação, está a soja, com aumento de 25% (de 8.152.332 toneladas para 10.172.737 toneladas), e açúcar a granel, com crescimento de 26% (de 2.279.870 toneladas para 2.864.221 toneladas). Nos dois sentidos, a notoriedade ficou com granéis líquidos, com evolução de 14% (de 5.485.827 toneladas para 6.279.678 toneladas). Apesar de quatro dias a mais de chuvas em agosto deste ano, a maior eficiência da estrutura acabou compensando e fez os embarques e desembarques chegarem a 42.103.413 toneladas – em 2022 foram 39.856.514 toneladas no mesmo período.

De acordo com o diretor de Operações Portuárias da empresa pública, Gabriel Vieira, a demanda aquecida no primeiro semestre está se mantendo também na segunda parte do ano. “Começamos o primeiro semestre com uma demanda bem intensa, sabíamos que iríamos produzir muito bem, e agora também registramos números muito favoráveis”, analisa.

Vieira também comentou os ganhos de produtividade com o aumento do calado. “Tivemos um aumento de nosso calado operacional, um incremento na nossa infraestrutura marítima que possibilitou carregar mais com redução dos tempos improdutivos nas manobras de navios, giros e temos hoje dois Corredores de Exportação, Leste e Oeste muito eficientes”, destaca.

Seja granel, contêineres ou carga de tratores, o porto de Paranaguá segue sendo destaque entre os principais do Brasil. Foto: Portos do Paraná


Influência do agro


Em conversa com Hemerson Costa, executivo do segmento portuário, o JB Litoral quis saber como o setor enxerga o momento de bonança. “É notório a toda a comunidade portuária o bom momento do agronegócio brasileiro com recorde da produção de soja. Também tem fomentado os bons números do porto ao longo deste ano, inclusive com a perspectiva de uma colheita de milho também batendo um novo recorde. Devemos fechar o ano com uma marca histórica de volume”, diz.

Para Hemerson, além dos bons números nas cargas de granel de exportação, o volume movimentado de graneis líquidos e açúcar a granel, este ano, também tem ajudado em muito a movimentação do porto. “O ponto de atenção este ano está na movimentação de graneis de importação, mais especificamente o caso dos fertilizantes minerais, onde devemos ter uma melhorara a partir do último quadrimestre, o que, em se confirmando as previsões do mercado, devem ajudar ainda mais os volumes para o final do ano”, projeta o executivo.

Segundo a Portos do Paraná, a expectativa de crescimento, no consolidado do ano, está entre 5% e 6% comparado ao ano passado. Com isso, espera-se movimentar entre 61 e 62 milhões de toneladas.