COMBATE É A SOLUÇÃO – Polêmica não pode ignorar os focos de proliferação da Dengue


Por Redação JB Litoral Publicado 15/01/2016 às 16h00 Atualizado 14/02/2024 às 11h48

Com duas mortes ocorridas na cidade por dengue hemorrágica, tensão e polêmica ganharam as redes sociais após o pedido de cancelamento do desfile de Carnaval deste ano, feito pelo vereador Arnaldo Maranhão (PSB), na quinta-feira (7), no protocolo da Prefeitura de Paranaguá.

O pedido ganhou repercussão e uma ampla discussão política desencadeou na Internet, desviando o problema de seu principal foco, que é o combate aos muitos locais de proliferação do mosquito Aedes Aegypti na cidade.

Na busca de culpados e de pessoas favoráveis e contrárias à ideia, a questão do combate e a necessidade de conscientização dos cidadãos, Poder Público e iniciativa privada perdeu espaço para assuntos diversos.

No mesmo dia do pedido de cancelamento, o prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB) adiou que é o mais tradicional da região sul do Brasil. O prefeito foi informado pela Secretaria Municipal de Saúde “que, sob o ponto de vista epidemiológico, não há nada que justifique o cancelamento do Carnaval”. A decisão ocorreu para não prejudicar a economia local, tendo em vista que a cidade recebe tradicionalmente milhares de turistas durante os festejos de Momo, no início de fevereiro. Além disso, no evento, haverá a possibilidade de aumentar a conscientização da população, com distribuição de material informativo, que já está sendo preparado.

As escolas de samba já receberam no final do ano passado os recursos para confecção das fantasias e carros alegóricos e, inclusive, foram a São Paulo para comprar os materiais necessários. A prefeitura informou ainda que os recursos para a realização do Carnaval são específicos, viabilizados pela Fundação Municipal de Turismo (Fumtur), por meio de Lei de Incentivo. As verbas utilizadas para o combate à dengue também estão definidas no orçamento do município para tal fim.

O prefeito Edison destaca ainda que a Prefeitura de Paranaguá tem condições financeiras necessárias para combater a doença. “Não vai faltar recursos para o combate à dengue. Estamos tomando todas as providências para que as ações sejam efetivas para minimizarmos o número de casos na cidade o quanto antes”, garantiu o prefeito.

Combate ao foto do mosquito

Na semana passada, diante de duas mortes anunciadas, uma delas onde o acometido pela doença contraiu o vírus na cidade de Pontal do Paraná, segundo informou um familiar, as redes sociais receberam uma avalanche de fotos com grandes focos de proliferação do mosquito em diversos lugares, que passam por locais do Poder Público, iniciativa privada e população.

A redação do JB também recebeu denúncias, muitas delas de áreas de acesso dificultado, como a faixa primária do porto e imóveis da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Em uma delas, pode-se observar um trecho da faixa portuária com grande concentração de água parada, no dia 27 de dezembro, quando aportou na cidade o primeiro navio de passageiros desta temporada, o Sovereign, com quase três mil pessoas a bordo.

Ainda da Appa vieram fotos de armazéns e oficinas com diversos acúmulos de água. Também vieram imagens das casas demolidas na Vila Becker, área de domínio da empresa estatal.
Na área do Poder Público, fotos do córrego da Praça de Eventos 29 de Julho com água parada ilustraram as redes sociais, assim como do Terminal de Passageiros do Aeroparque. Porém, as fotos que mais chocaram foram as da canaleta da ciclovia feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), através da empresa Engenharia e Construções C.S.O. Ltda, nas margens da BR-277, na altura do bairro do Emboguaçu, pelo valor de R$ 1.1711,579,00. Após a divulgação das imagens, muitas foram fechadas com terra pelos moradores da região.

Entretanto, moradores que não zelam pelos seus imóveis têm sido os grandes facilitadores da proliferação do mosquito. No bairro da Costeira, uma piscina que está com água parada e sem nenhum tratamento há vários anos representa um risco para a região. Assim como outra residência na Rua Xavier da Silva, próximo à Igreja do Evangelho Quadrangular, que foi denunciada nas redes sociais. Nesta edição, o JB traz um pouco das fotos que mostram a proliferação de larvas, que precisam ser combatidas pela prefeitura.