Construções de viadutos diminuirão a interferência dos trens no trânsito de Paranaguá


Por Gabriel Santos Publicado 02/04/2022 às 05h01 Atualizado 17/02/2024 às 05h16
Com as obras da Nova Ferroeste, o governo prevê investimentos na melhora da infraestrutura urbana. (Foto: Diogo Monteiro/ JB Litoral)

Em fase de consultas públicas, a construção da Nova Ferroeste – estrada que ligará o Porto de Paranaguá ao estado do Mato Grosso do Sul e países internacionais – ainda será oferecida às empresas e consórcios interessados na Bolsa de Valores de São Paulo. O leilão está previsto para ocorrer no segundo semestre deste ano. 

Mas, conforme o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica e Ambiental (EVTEA), os vencedores do certame da ferrovia deverão investir em projetos de recuperação ambiental e de melhorias na infraestrutura urbana nos municípios do Litoral. Os recursos alocados são direcionados como uma forma de compensar os danos da implementação de um grande empreendimento. 

De acordo com o governo do Estado, as obras em Paranaguá acabarão com os problemas de trânsito causados nas passagens de nível da Avenida Roque Vernalha e Coronel Santa Rita com a construção de viadutos. A troca da linha férrea, num trecho de 10 km, também está dentro do programa de investimentos calculados em R$240 milhões.  

O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, ressalta como a população sofre devido a situação dos trens. “Em relação a Paranaguá, essas obras vão reduzir significativamente a interferência do trem na cidade. Esse é o segundo pior conflito urbano com linha férrea no Brasil, só perde para Curitiba. Já existe um problema grande de mobilidade nessa região, precisamos organizar as ações para que a cidade usufrua dos benefícios que a linha vai trazer”, comenta. 

Já Morretes será a cidade que mais receberá as implementações no traçado. Com um trajeto de 55 km, uma nova ferrovia será construída na região da Serra do Mar. Outros 18 km estão voltados à edificação de viadutos, além de 8 km de túneis que diminuirão as consequências da construção na biodiversidade da mata Atlântica. 

Em relação aos valores dos incentivos nos projetos de cunho sustentável, na cidade histórica, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é o órgão responsável por apontar a destinação das verbas. Porém, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) estima que os gastos devam estar na casa dos R$129 milhões. 

“Em Morretes e sua área de influência, a grande preocupação do projeto é a Serra do Mar, que é um patrimônio natural do Paraná e precisa ser tratado com muita atenção por todas as partes”, conclui o coordenador. 

Com informações da AEN