Denúncias do JB surtem efeito e colégio Estados Unidos da América começa a ser revitalizado
Após uma série de reportagens publicadas pelo JB Litoral, nos meses de março e abril, denunciando o descaso do Governo do Paraná, o risco de propagação de doenças e até a ocupação por usuários de drogas, o colégio estadual Estados Unidos da América, está recebendo atenção do Executivo e Legislativo municipal, que não são os responsáveis pela sua manutenção. Com isso, após três anos do seu fechamento, a prefeitura de Paranaguá está tirando o colégio do seu estado de abandono, recebendo melhorias básicas, como limpeza, retirada de entulhos e corte do denso matagal.
Na reportagem publicada no dia 29 de março, o JB já informava que a vereadora Vandecy Dutra da Silva (PP) enviou um requerimento ao presidente da Câmara Municipal de Paranaguá, Fábio Santos (PSDB), pedindo explicações e providências, junto ao Governo do Estado, sobre a situação precária do prédio público.
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Após quase um mês, as ações de revitalização começaram e, na terça-feira (20), a equipe de limpeza foi ao local, pela primeira vez, e começou a cortar o mato que tomou conta do espaço escolar.
A expectativa é que o caminhão de coleta de entulhos, quanto estiver na região, terá reserva de trinta minutos a uma hora para limpar o terreno. A primeira caçamba estacionária a receber os entulhos, que serão retirados, também foi um pedido feito para Secretaria de Meio Ambiente, órgão responsável pela limpeza.
Mesmo em trabalhos preliminares, o planejamento para organizar o espaço público já está definido: a primeira etapa será retirar o mato denso para permitir a passagem ao interior do colégio. Depois, entrará o maquinário que cuidará dos entulhos e, por último, será feita a roçada. Não há previsões para a conclusão de todas essas ações no prédio. Em mais uma tentativa de contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná, não houve respostas sobre o motivo do repasse do colégio à secretaria e por que ele ficou abandonado por três anos.
Vereadores analisam o abandono
Durante o primeiro dia de limpeza, os vereadores Oseias Bisson (Podemos), Isabelle Dias (PSB) e Vandecy foram até o local acompanhar os trabalhos. Ao voltar ao local pela segunda vez, em um mês, Vandecy, que é ex-secretária de Educação, ainda se diz chateada com o resultado do abandono, principalmente pelo seu histórico afetivo com o colégio.
“Fico triste, porque foi um espaço de grande referência para a educação do nosso município. Um local que eu estudei e que se encontra completamente abandonado. [O abandono] é um descaso e tem gerado transtornos para todos, principalmente pelas suas condições sanitárias de higiene, como também o acúmulo de mato, lixo e água parada no local. Além de que estaria sendo utilizado como moradia para usuários de drogas”, comenta.
Para Bisson, o prédio deve ser ocupado por uma empresa privada, que auxiliaria na construção de outro colégio na cidade. “Infelizmente o colégio não tem mais condições de ser reativado, já que ele está em uma área que hoje é tomada por movimentos logísticos em decorrência das atividades portuárias. Não vejo mais condições de ser utilizado como espaço educacional. Minha sugestão, é de que, se ofereça aquele espaço para alguma empresa e que esta empresa construa um colégio do mesmo porte, ou até maior, em uma outra área do município, uma permuta seria uma boa saída”.
O vereador também complementou dizendo que as ações da Câmara Municipal são essenciais para resolver o problema. “Já foram feitas reuniões com a comissão de Saúde e Educação, a qual encaminhou à Secretaria de Educação do Estado, requerimento pedindo providências no que se refere às medidas a serem tomadas com relação àquele imóvel estadual”, completou.
Isabelle Dias lamentou os entulhos e o risco à saúde dos parnanguaras que a água parada pode causar. “Temos visto ultimamente esses grandes descartes de lixos e entulhos em calçadas públicas, terrenos baldios e prédios abandonados, tornando ainda maior os locais para proliferação da Dengue. Peço para que a população se conscientize dessa situação e não descarte lixos de forma irregular, em contrapartida a isso, estaremos buscando projetos que visem diminuir esses problemas de anos em nossa cidade” explicou.
Dengue: um problema de todos
A situação exposta por Isabelle é um problema grave que o município enfrenta. Nos últimos registros epidemiológicos, a cidade entrou no mapa marrom do governo estadual e está batendo recordes de casos confirmados de dengue. Só na última semana, foram registrados 345 casos de infecção pelo mosquito Aedes aegypti na cidade-mãe do Estado. O número de agosto de 2020 até o dia 20 de abril de 2021 é de 1470 casos, situação que coloca o município no topo da incidência de casos da dengue.
A prefeitura recebeu auxílio do Ministério da Saúde e está redobrando as atividades de combate aos criadouros do mosquito. Além dos agentes endêmicos, que trabalham o ano todo, a Universidade Federal do Paraná também está disponibilizando armadilhas para combater as larvas do inseto.
A limpeza do colégio é mais uma das ações no combate à praga, já que a temporada de maio a julho é a de maior incidência do mosquito e a situação de Paranaguá, segundo a 1º Regional da Saúde, é a mais elevada para um primeiro trimestre nos últimos anos.
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