Dia da Visibilidade Trans: parnanguara pede empatia e espaços igualitários


Por Publicado 31/03/2022 às 21h30 Atualizado 17/02/2024 às 05h13


Dia 31 de março é considerado o Dia Internacional da Visibilidade Trans. Tratado como uma data de respeito, compreensão e empatia para a comunidade, a comemoração ocorre como forma de homenagem e amplificar as discussões acerca da situação social de homens e mulheres transgêneros.

De acordo com dados do Dossiê Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2021, publicado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 123 pessoas trans foram assassinadas no país, em média, de 2008 a 2021.

Além desse dado negativo, o Brasil também está há 13 anos como o país que mais mata transsexuais no país. O estudo da Transgender Europe (TGEU), que monitora dados globalmente levantados por instituições trans e LGBTQIA+, diz que 70% de todos os assassinatos registrados no ano passado ocorreram na América do Sul e Central, sendo 33% no Brasil, seguido pelo México e pelos Estados Unidos.

O recorde negativo também não é só na violência, já que informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de que a comunidade é a que mais sofre rejeição nos ambientes de trabalho e também na vida acadêmica, o que coloca a maioria dessas pessoas em situação de vulnerabilidade e sem acesso à questões básicas para o desenvolvimento humano e psicológico.

Maria Fernanda Bravo, reconhecida pela Aliança LGBT+ de Paranaguá como uma das maiores referências do Litoral nessa temática, diz que a luta para que pessoas trans tenham vidas dignas deve partir de toda a sociedade. “Precisamos lutar como um todo. Independente de gênero ou orientação sexual, mas sim pela empatia que temos com o próximo. Independente de viver a realidade da pessoa trans, ou não. Colocar-se no lugar do outro seria o primeiro passo. Até porque, qualquer ser vivo merece uma existência digna”, diz.

Se a data marca uma discussão importante em todo o globo, Maria considera que ainda há muito o que ser feito, já que os acessos aos espaços e conquistas não são igualitários. “Nesta data temos que lembrar do sangue derramado de inúmeras mulheres e homens trans que lutaram bravamente para que nós, pessoas trans, tivéssemos tal visibilidade, algum direito ao mercado de trabalho. Temos que ser respeitados pelo gênero com o qual nos identificamos e, principalmente, garantir e conquistar os direitos que uma sociedade trans-excludente nos retirou”, conclui.